sábado, 27 de novembro de 2010

MULHER EM FÚRIA

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Para um casamento perfeito, uma lua de mel perfeita. E assim passaram três anos, do começo do namoro até chegarem naquela linda pousada, na beira-mar.


O local era paradisíaco, com o mar batendo suas ondas durante a noite, num murmúrio hipnótico. E daí? Eles sequer ouviram o mar. Passaram dois dias trancados naquela cabana, sem sair nem para respirar. Mas, como sempre esquecemos algo, a bela recém casada precisou ir ao banco mais próximo por um motivo qualquer. Arruma daqui, ajeita dali, beijinho carinhoso no marido que ficaria na cabana, e lá foi ela. Na saída, quase tromba com uma atendente, loira alta e linda, e com um vestido vermelho bem chamativo. Pouco ligou e continuou andando, olhando ao redor e achando tudo engraçado. Agora é que se dera conta como o local era belo, com todas aquelas cabaninhas próximas umas das outras. Estranho. Eram todas iguais.


Já diante do banco, cadê a bolsa? Correu para o veículo e saiu apressada, quase querendo esfregar os olhos para desembaçar a visão turva. Entre pequenas corridas e tropeços, chegou até a cabana e estaqueou. Porta entreaberta. Entrou desconfiada e notou de imediato a outra porta, a do quarto, trancada. De lá, vinham sussurros, não, vinham gemidos. Quando olhou pelo chão, um apito estridente pôs seu cérebro em alerta. Um vestido vermelho num canto, meias no outro.


--Uma calcinha vermelha, de rendas? E ainda por cima, fio dental? Esse canalha, eu mato esse safado.


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A fúria a tomou. Num rompante, começou a jogar tudo pelo ar. O que estava ao alcance da mão, foi ao chão. Parou por um instante e tentou ouvir algo que viesse do quarto. Nada. Mas ela os queria ali, na sua frente, face a face. Fósforos. Isso mesmo. Com o fogo, eles sairiam.


Uma hora depois, com todo o caos que se instalou no local, um policial conversava com nossa bela recém casada. Ao lado dela, o marido tentava remediar a situação.


--Eu avisei. --dizia ele. --Tantas vezes eu te avisei que isso iria acontecer.


  --Tá bom. --ela respondeu, irritada. --Nunca mais saio sem minhas lentes de contato. Foi só um errinho! Só me enganei de cabana, que mal há nisso?

10 comentários:

  1. Como diz um amigo meu " coisinha pouca". rsrs. O pior é que 90% (pelo menos das que eu conheci) são capazes disso mesmo! hahahah! Excelente, meu amigo! Abração. Paz e bem.

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  2. Hua, kkk, ha, ha, a diferença entre a vida de dois inocentes, ochi...

    Mas Marcio, foi aquilo mesmo que tu disse, muito dos lixos que recolhi na praia estava ao redor dos quiosques, como garrafas de plasticos de água, canudos plasticos e por ai vai.

    Hua, kkk, ha, ha, mas sou meio capeta as vezes, pois se dar trela, faço uma confusão mesmo, mesmo se o dono do quiosque que viesse reclamar algo, eu dar um jeito de aporrinhar ele.

    Fique com Deus, menino Marcio JR.
    Um abraço.

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  3. kkkk... adorei a imagem da menina armada até os dentes!
    Uma mulher inciumada é uma bomba relógio...rs

    *confusões e mulheres, como diria um amigo machista, sempre vão existir....


    Bjs!

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  4. kkkkk muito bom seu conto...
    muito legal teu blog.

    um abraço.
    Andreya.

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  5. Gostei e a imagem tem tudo a ver com nós mulheres qdo não gostamos de alguma coisa.

    Estou visitando e conhecendo os novos participantes do amigo secreto da Ester, eu já participei no primeiro e estou nesse outro tb, já conhecia o seu blog, admiro muito a maneira como vc escreve e se expressa.

    Um bom domingo pra vc Marcio.

    beijooo.

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  6. Hehehe...
    Marcio , você é dez!
    Belo texto!

    Beijo.
    Fernanda.

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  7. Muito bom!!!!!

    Mulher ciumenta e que não enxerga????

    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!!!!!!!

    Boa demais!!!!

    Tem um selinho pra vc no meu blog,está na barra lateral.

    bjos!!!!!!

    Zil

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  8. Eu nunca saio sem minhas lentes de contato! É sempre bom ler-te, seja aqui ou em qualquer outro lugar, o que importa é poder ler-te. Parabéns pelo belíssimo texto, querido amigo, cronista e poeta Marcio. Fica bem. Abraço da Ana Flor do Lácio.

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  9. Nós mulheres... com ou sem lente de contato, primeiro a gente taca fogo em tudo, depois analisa as consequências e os envolvidos! Bjs

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