quinta-feira, 30 de março de 2023

UM BELO E PERFUMADO JARDIM


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Dez dias passaram desde que ele saíra de casa. A estrada, longa, parecia não ter fim, e ele, cansado, já não suportava as dores dos pés ao trocar os passos.

Saíra da rodovia principal fazia algum tempo, nem lembrava quanto, e agora transitava por estradas secundárias. A comida, pouca, pesava no alforje, mas não poderia abandoná-la. Era seu pouco sustento, e precisaria durar sabe Deus até quando. Ou até que ele achasse novamente algum lugar onde pudesse repô-la.

Sentou sob uma árvore e se colocou a lembrar dos últimos acontecimentos. Pouco lhe veio a mente, talvez por algum bloqueio ou algo assim, e dentro daquilo que lembrava, o que mais o atemorizava era a imagem do teto de sua pequena casa despencando para cima dele. Depois disso, ao conseguir sair dos escombros, lembrava do povo correndo desordenadamente e em pânico. Um lapso insistia em deixar tudo branco, e a imagem posterior a isso já era a da estrada. Sequer a contagem de dez dias era precisa, e nem ao menos recordava de ter reunido alimento ou de ter se despedido de alguém. A única certeza que lhe cabia era a da vontade de jamais olhar para trás.

Cansara de tanto trabalhar e de pouco ter. Não que quisesse muito, mas gostaria de poder viver com dignidade, com menos apertos financeiros. Sim, tinha vícios. Gostava de aproveitar a tarde de sábado com os amigos em algum bar, e também de fumar seu cigarro, mas jamais gastou em demasia. Fumava pouco e a bebida nos sábados era mais para aproveitar aquela conversa e deixar extravasar a canseira do canteiro de obras que tanto maltratava pela semana inteira, do que para se embebedar. Outros vícios? Não apostava dinheiro, não era nenhum pervertido, nem existia mais nada que pudesse denegrir seu caráter. Era honesto e carinhoso. Então, por que tanto castigo? Em tão pouco tempo, no espaço de três meses, perdeu a mãe para uma doença repentina, a namorada foi embora, o cachorro (fiel companheiro por mais de uma década) também morreu, e por fim, sua casa desmoronou. Era demais para ele.

Começava a questionar se Deus realmente estava perto dele.

Levantou e começou a caminhar novamente, até que mais adiante, reparou um casal capinando uma pequena propriedade. Achou estranho, pois não viu nada plantado. Pedras e mais pedras, de todos os tamanhos. Era o que ele enxergava para todos os lados. Olhou ao redor e constatou que todo aquele lugar era inóspito, e não servia para o cultivo de nada.

Aproximou-se da cerca e observou por mais alguns instantes. Era um casal já idoso, e com algumas dificuldades para se locomover e trabalhar. A mulher, beirando os setenta anos, usava um lenço amarrado ao cabelo, e carregava uma expressão sofrida, como se o sol tivesse castigado sua face por toda uma vida. O homem, parecendo ter a mesma idade, arrastava uma das pernas e mais se apoiava na enxada do que a utilizava para a labuta. No entanto, mesmo naquele ritmo lento, o casal não parou um instante sequer.

Duas horas depois, o casal de idosos caminhou para a cerca. A mulher amparava o homem pelo braço, puxando-o com algum cuidado. Quando finalmente se aproximaram, o andarilho reparou que aquela senhora pouco enxergava, e se esforçava muito para ver onde pisava.

―Boa tarde! ―o andarilho cumprimentou, apoiando-se a cerca.

―Boa tarde, meu filho! Que Deus o abençoe! ―a senhora respondeu, educadamente.
­­
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―Minha senhora, estive olhando para vocês, e estou curioso! Por que estão capinando essa terra árida e pedregosa? Aqui dificilmente vocês poderão plantar algo!

­­―Meu filho, isso é o que nos restou de uma vida inteira! É o nosso recomeço!

O andarilho ficou espantado com o que ouviu. Recomeço? Naquela idade? Naquele lugar?

­­―Perdão, mas eu fiquei sem entender! ­­―uma expressão aturdida acompanhou as palavras do andarilho.

A senhora ajudou o esposo a se sentar e deu-lhe uma pequena garrafa, que parecia ser o único sustento que eles possuíam naquele instante. Era água. O senhor idoso tomou aquilo lentamente, em pequenos goles, e devolveu a garrafa para a esposa, que a ofereceu ao andarilho.

―É difícil achar água por estas paragens! ­­―ela esticou o braço com alguma dificuldade. ­­―Tome, sirva-se. É o pouco que temos, mas o senhor deve ter sede!

Uma sensação de culpa tomou a consciência do andarilho. Olhou para aquele casal e a única coisa em que pensou foi no restante de alimento que ainda sobrava no alforje. Era seu único sustento, e precisaria conservá-lo, mas a situação que se apresentava cortou-lhe o coração. Recusou a água, devolvendo a garrafa para a mulher e retirou tudo o que tinha no alforje. Pulou a cerca e sentou-se, ajudando a mulher a fazer o mesmo. Ali ficaram por mais de uma hora, conversando e se alimentando com aquele pouco. A noite começava a se aproximar, e sem que o andarilho esperasse, a mulher convidou-o para pernoitar na pequena tapera em que habitavam. Lá, a miséria era ainda maior.

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―Fomos muito bem de vida, moço. ­­―as palavras mal tinham força para sair do velho senhor, que sentado ao lado daquilo que parecia uma cama, escorava-se na parede cheia de frestas. ―Tivemos fazendas, carros, caminhões. Esbanjamos o que tínhamos. Nosso único filho estudou na Europa, e quando voltou, trouxe junto uma mulher que só queria saber de festas caras. Quando nos demos conta, nosso dinheiro havia sumido. Eles tiraram tudo o que tínhamos. Um tanto eles gastaram, e o outro eles roubaram mesmo. Perdemos tudo, fomos escorraçados de nossas terras, e ficamos sem rumo. Nosso filho nos abandonou, e sequer sabemos onde ele mora...

...para não terminarmos a vida num asilo, eu e minha velha fomos trabalhar. Isso mesmo, nunca fomos de nos entregar facilmente. Todos os amigos viraram as costas quando notaram que não tínhamos mais nada. Aprendemos a economizar, e com o pouco que ganhávamos, refizemos a vida...

...depois de alguns anos de trabalho duro, melhoramos de vida novamente, mas estávamos diferentes. Não esbanjávamos mais. Cuidávamos daquilo que conquistamos novamente, mas sem ganância. Tentávamos ajudar a quem precisasse, até que num certo dia, um homem bateu em nossa porta pedindo abrigo e comida. Ele estava com a mulher e um filho, e não vimos perigo em acolhê-los...

...na manhã seguinte, eles nos assaltaram. Eu levei um tiro na perna e minha velha, coitada, foi jogada contra a parede por aquele homem que alimentamos. Quase ficou cega. Hoje, eu mal posso andar, mas a guio, enquanto ela, sem ver, me carrega. Escoramo-nos um ao outro. Mas perdemos tudo novamente.

­­―E esta terra? O que fazem aqui? Vocês não vão conseguir transformar isto aqui em algo que forneça sustento. ―o andarilho interrompeu a conversa, mostrando um tanto de indignação pelo que escutava. ­­―O que pretendem aqui? Já são velhos e sem forças!

―Meu filho! ―a mulher adiantou-se ao marido, tomando-lhe a palavra. ­―Não podemos esperar que alguém faça por nós, e muito menos que caia tudo do céu. Esta terra não tem dono e ninguém a quer. Ela é como nós. Então, nos unimos a ela. Enquanto pudermos andar e enxergar, vamos trabalhar, vamos viver e vamos agradecer. E quando não pudermos mais, morreremos, mas sempre sabendo que jamais desistimos. Já apanhamos da vida, e aprendemos com tudo. Cometeremos outros erros, é claro, mas não os mesmos.

­­―Mas, senhora! Aqui só existem pedras!

­­―Só existem pedras para aquele que só quer enxergar pedras, meu filho. ­­―ela continuou, calmamente. ­­―Para nós, existe um belo jardim debaixo das pedras, onde plantaremos lindas flores. E para o lado de cá da propriedade, as pedras construirão uma casa confortável para nós. Do outro lado, plantaremos nosso sustento, e do outro, teremos um lindo tanque com peixes e marrecos.

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O andarilho olhou ternamente para aquele casal. Era provável que eles jamais conseguissem tal feito, mas agora ele entendia. Faziam aquilo para manterem-se em pé, vivos. O sonho os mantinha eretos, dignos de si próprios. E por ali, o andarilho acabou ficando. Foi acolhido como a um filho. Até que 3 anos depois, o casal partiu desta vida. O andarilho, que havia ajudado a cultivar um jardim, construiu uma pequena capela, toda feita daquelas pedras que o casal tanto sofrera para carregar de um lado para outro, e os enterrou dentro dela, em respeito a tudo aquilo que ele adquiriu com aqueles que o acolheram. Aprendeu muito com eles. Ganhou sabedoria.

Tempos depois, o andarilho retornou para a cidade, justamente para o local de onde partira alguns anos antes. Lá estava sua casa, ou os escombros dela. Tudo estava exatamente igual, como no dia em que virara as costas para aquele lugar. Nenhum de seus antigos vizinhos se atrevera a retornar para aquela encosta de morro. Ele, ao chegar, largou o que tinha nas mãos, arregaçou as mangas e começou a carregar os pedaços de parede de um lado para o outro.

Não demorou e logo alguém veio até o local, curioso para saber o que ele fazia.

―O que eu pretendo, carregando essas pedras? Construirei, antes de qualquer coisa, um belo jardim. Um lindo e perfumado jardim.

Marcio Rutes


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18 comentários:

  1. Uma história de superação Marcio, de quem abre os olhos todas as manhãs e tem um objetivo, algo a construir, justamente para não perecer, mesmo que as circunstâncias sejam as mais difíceis possíveis...São esses sonhos que os mantiveram vivos. Todos eles!!
    Fiquei encantada com a união do casal que já teve de tudo na vida, inclusive um filho ingrato, mas que sempre foram cuidadosos um com o outro. Esse é o verdadeiro amor: o cuidado recíproco. As circunstâncias da vida, arranjaram um novo filho para o casal sofrido, mas esse tinha o coração bom, grato. Com o casal, o pedreiro pode usar de suas habilidade para construir um pouco de dignidade para eles no fim de suas tortuosas vidas. Realmente é algo para refletirmos durante muito tempo Marcio, obrigada por partilhar conosco. Tem momentos que precisamos receber um choque de realidade.
    Bom final de semana!

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    1. Oi, Dri.
      Vamos começar de trás para diante. Eu tenho um livro, ainda em fase de escrita (faz 3 anos que estou escrevendo), onde um dos personagens principais fala para o outro (no caso, marido falando com a esposa, sobre atitudes que ela deveria utilizar para resolver um problema): "...nem sempre a sutileza ajuda, pois a pessoa que recebe o conselho não é sutil o suficiente para entender; neste caso, vá no tranco; quando a sutileza não resolve, é no choque mesmo...". A vida é assim, nos acomodamos e paramos de ver a vida como ela, realmente, é.
      No caso deste conto, ele me é recorrente, mas de algo que eu mesmo havia escrito, porém, com um enredo reverso. O conto original não existe mais, mas o mesmo personagem que aqui ajuda e cuida do casal, na versão original tolhia tudo o que eles tinham. Cada versão cabe muito bem na realidade de nosso mundo, mas optei por fazer esta versão por me sentir em dívida com a vida. A crueldade deve ser vencida e mostrada, e a piedade, a ajuda mútua, o companheirismo, a reciprocidade, e tantos outros sentimentos, devem ser mostrados, alardeados e incentivados.
      Spoiler: tenho dois textos prontinhos, uma fábula e uma comédia. Quer rir ou viajar? rsrs...
      Abraços, Dri, e linda semana pra ti, menina.

      Marcio

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  2. Pura enseñanza...una historia que al principio me fue encogiendo el corazón, pero que al final me llenó de esperanza, hay sabiuria en tu historia, nunca debemos rendirnos y si luchar por los sueños
    Me ha encantado visitarte
    Un abrazo

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    1. Olá, Stella.
      Muito obrigado pela visita e pelo comentário, muito carinhoso e com uma crítica que me deixou muito contente.
      E a frase que mais me deixou feliz foi "...nunca debemos rendirnos y si luchar por los sueños...". Jamais devemos desistir de viver, de ser feliz, e de nossos sonhos. Jamais.
      Grande abraço, Stella, e ótima semana.


      Hola Stella.
      Muchas gracias por la visita y por el comentario, muy cariñoso y con una reseña que me hizo muy feliz.
      Y la frase que más me alegró fue "...nunca nos debemos rendir y si luchamos por nuestros sueños...". Nunca debemos renunciar a vivir, a ser felices ya nuestros sueños. Nunca.
      Un fuerte abrazo, Stella, y que tengas una excelente semana.

      Marcio

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  3. Este "belo e perfumado jardim" é uma rica metáfora para a perseverança, a resiliência. Já não me surpreende a tensão que administra tão bem em suas narrativas, caro Márcio. É ela (a tensão), que nos acompanha e que nos faz não perder um detalhe da narrativa, mexendo a com a nossa sensibilidade, com os nossos valores, com as nossas crenças. Você cria uma atmosfera tão densa que o leitor se apressa em conhecer o desenlace da história, saber o rumo de cada personagem, sem deixar de refletir sobre os liames da vida, sobre a tessitura do texto, sobre os elementos sociais que estão incrustados nas entrelinhas. São tão vigorosas suas narrativas que ficamos como nos reclames televisivo: vale pena ler de novo.
    Um bom domingo, amigão!
    Um abraço,

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    1. Bom dia, meu bom Sant'Anna.
      Passei um bom tempo refinando, ou tentando refinar, um estilo, um jeito de prender o leitor. E foi em 2008, ao cursar Publicidade, que consegui entender como fazer isso. Antes de qualquer coisa, precisei desaprender tudo o que sabia, e aprender tudo novamente. Minha escrita era dura, toda formal e incisiva demais. E a publicidade me ensinou várias coisas.
      A primeira lição foi "entender quem te compra, ou, neste caso, quem te lê. E não é um simples entendimento, uma visão superficial. Você não escreverá para todo mundo, e sim, para um público restrito, que pode ser de um ou de milhões de pessoas, mesmo assim, restrito, e você precisa conhecê-lo,saber suas ânsias, vontades, necessidades, carências... e por aí vai. E quer saber? Hoje é tão fácil fazer isso!
      A segunda lição é "o detalhe". O detalhe é tudo, e ele vem do conhecimento e da observação. De pouco adianta jogar um monte de termos técnicos, se isso não será entendido, então, partimos para o último ponto.
      O poder de descrição do todo de uma forma não cansativa, mas que instigue. E é aí que está o problema. A instigação. Como fazer isso? E eu respondo: é difííííícil, mas é possível. Basta escrever, e escrever, e escrever, e aprender o poder da síntese, mas sem deixar nada de fora. Isso acelera o conto.
      De resto, vem algo natural em quem escreve: a concepção, que nada mais é do que a cria crua (isso mesmo, cria crua) que o lado imaginativo te dá. A partir disso nasce enredo, desenrolar e desfecho. O escritor de contos precisa se soltar, se permitir. Alguns, e já fiz muito isso, abusam do enredo e da criatividade, mas daí, cabe a autocrítica. Está bom? Publica. Não está? Guarda e re-vê depois. Mas há que se permitir, se deixar cobrir o papel de letras, e sem preguiça, mas sempre com um cuidado muito importante... pelamordeDeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeus, gente, vamos cuidar com nosso tão sofrido português!!!!!!!!
      Já me alonguei, mas agora que comecei, vamos em frente. Faz muito tempo, venho idealizando (mais sonhando e almejando do que, propriamente, idealizando), uma apostila, ou um tutorial, ou algo do gênero, para passar esses princípios de construção de contos, especialmente para crianças em época de "aprender a ler". Essas crianças têm muito talento, e ainda não têm os vícios que adquirirão dentro em breve. Penso que a criança leria muito melhor se aprendesse a criar seus textos. Mas, se for para falar disso, acho melhor abrirmos um fórum, não é?
      Meu bom professor, gratíssimo pela crítica e pelos elogios. Coração agradece sempre. Grand abraço e linda semana pra ti.

      Marcio

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  4. A humildade vinda da sabedoria "cometeremos outros erros" , foi um detalhe que me fisgou.
    Um escritor que ganhou o adjetivo de predileto, meu escritor preferido, João Anzanello Carrascoza é também um publicitário. Olha só, a publicidade que é responsável por nos fisgar e levar-nos ao consumo, também é responsável por nos presentear com belos escritores. Terei que rever meus conceitos!
    Um abraço Márcio

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    1. Olá, Ana.
      Em uma postagem sua, onde você citou o Carrascoza, lembro de ter feito um comentário falando dele. Carrascoza foi um dos autores que mais li durante minha passagem pela PUC. Sou fã dele, mas, veja como são as coisas, fui descobrir que ele se desdobrava em outros canteiros aqui, com você.
      E seu comentário foi divertido, justamente, por puxar esse lado. Somos aquilo que aprendemos, ou usamos aquilo que aprendemos para fazer quem somos? Minha direção dentro da publicidade sempre foi a redação, e tem uma criação da redação que diz assim: "Tostines vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais?". Isso é Enio Mainardi. Temos grandes autores, verdadeiros craques dentro da publicidade.
      Bom, deixa eu parar aqui, porque o assunto é outro e eu sou suspeito para falar... rsrs.
      Ana, grato sempre pelas visitas, pelas críticas, pelas sacadas que você tem, pela observação "ao redor" que você faz. Sempre bom entrar aqui e encontrar suas observações. Coração agradece.

      Marcio

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  5. Bom dia, Márcio, que conto! Quantos ensinamentos dos velhinhos! Li a vidinha deles com muito interesse, gostando dos detalhes. E como estavam felizes, arrumando o cantinho deles, vivendo como se tivessem muitos anos pela frente. E o visitante? Já tinham sido assaltados antes, mas parece que não ligaram muito. Eu morreria de medo até de uma invasão de cachorro... rss
    Gostei muito do que fez o visitante, quando foi embora, repetiu a vida dos velhinhos que o receberam tão bem.
    Um conto para ficar pensando, mesmo sem querer a gente se coloca no teu conto!
    Mas essa é a vida de todos, com altos e baixos, mas o bom é não sair do foco, enquanto há vida, vamos vivendo normalmente. Levando!
    Gostei muito, te aplaudo.
    Uma ótima semana, saúde e paz!
    Abraços!

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    1. Olá, Taís. Sou extremamente sentimental, e alguns contos, na hora de ler, me dão certo nó na garganta. Este é um deles. Na hora de escrever me abstenho de sentimentos, mas na hora de ler... rsrs.
      Na resposta que dei para a Adriana, lá no primeiro comentário, citei que esse conto me é recorrente justamente de outro conto meu, mas no sentido contrário. No primeiro, o andarilho acaba subtraindo os pertences do casal, que tornara a se recuperar a pouco tempo. Já este segundo conto é o reverso, que escrevi quase como um pedido de desculpas aos personagens do primeiro conto. São minhas maluquices que afloram, vez ou outra.
      Taís, grande abraço e uma linda semana de Páscoa pra ti e familia.

      Marcio

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  6. Olá, amigo Márcio, os bons contadores de histórias, como você e como muitos outros escritores brasileiros, sem falar em outros também muito importantes, tais como Tchekhov, Maupassant, Hemingway, Kafka, Allan Poe, Borges, sabem o que o leitor espera ser enredado nas suas histórias para, no final, ter a surpresa que lhes reserva o escritor, no caso, o contista. Claro, que esse final pode sempre surpreendê-lo, como ocorre na maioria das vezes. Mas, o leitor anda pelas páginas do livro como se estivesse numa montanha-russa, sem saber quando sobe e quando desce as emoções que permeiam o conto ( a novela ou o romance). Isso tudo pude sentir nesse seu ótimo conto com as lições aprendida pelo caminhante nessa relação com o casal de idosos. Depois de enterrá-los toma o caminho de casa e vai construir o seu próprio jardim, como fez o casal, do qual se fez amigo.
    Parabéns, amigo contista. Uma ótima semana
    Grande abraço.

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    1. O engraçado é que não comecei pelos contos, mas sim pelas crônicas, onde a dinâmica de concepção e criação, e também o desenrolar da história, é totalmente outra.
      Num segundo momento é que me atrevi aos contos e fábulas, e me apaixonei. Dentro das crônicas, ficamos limitados pelo assunto, e não podemos fazer muitas "firulas", ou inventar demais, pois normalmente estamos tratando de assuntos do nosso cotidiano. Já o conto te liberta, pois ele germina em nossa cabeça, para só depois ganhar o mundo. Diria que é libertador.
      Grato pelas palavras e citações, Pedro. Aliás, grandes nomes de contistas que são meu top 10. Grande abraço e um ótimo fim de semana, Pedro.

      Marcio

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  7. Olá Márcio, desculpe o sumiço,
    olha, só pra te lembrar que sou uma moça elétrica,
    já mudei o banner do meu blog de novo, kkkk
    Pode deixar um novo pito lá pra mim, por favor...
    Sobre o conto, eu amei ler, pois amo jardim, e até tenho vontade de ter o meu
    aliás vontade nunca faltou, falta espaço e força de vontade também,
    Você é um ótimo contista, parabéns.
    Um abraço mineiro pra você.

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    1. Oi, Ciça.
      Menina, tenho um amigo, que se especializou em hortas e jardins para apartamento. Só o que ele pede é um pouquinho de sol. De resto, ele faz o milagre onde você nem imagina que existe espaço. Não tem desculpa, menina. Quando o coração quer, a mente pensa e o corpo faz. rsrs... Não é um pitoooooo.
      As vezes, Ciça, a gente pensa que é impossível, mas no fundo, não é. Você pode ter uma única violeta, plantada em um vaso de plástico. Dependendo de quem olha, é só uma mera plantinha, ou um belo jardim, composto de uma única flor. A beleza está nos olhos de quem ve.
      Abraços, menina.

      Marcio

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  8. Simplesmente lindo....
    Logo mais volto

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    1. Oi, Evie, moça que adora sumir...
      Volta sim, e volta logo... rsrs
      Abraços, menina.

      Marcio

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  9. Um belíssimo conto com sua arte e cheio de sabedorias.
    Recomeçar, não se entregar e cuidar de flores para amenizar os dias duros.
    Simplesmente magnifico Marcio.
    Abraços e sejamos crentes do amanhã.

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    1. Aqui no Brasil isso é uma arte. Não se entregar jamais. Nós sabemos disso, não é, Toninho? Começar lá de baixo, tomar porrada de todo lado, e seguirem frente. A vida não deveria ser assim, mas é! E quer saber? Quem sabe isso nos prepare para dias até piores, e vamos em frente.
      Pena que nem sempre o final é como nos contos. Aqui, eu controlo o final, mas na vida real, na maioria das vezes, nem tudo acaba bem.
      Toninho, Itabirujo, bom profeta... rsrs, que nossos dias amansem, e que possamos acreditar mais em um bom futuro. Abraços, meu amigo.

      Marcio

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