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As certezas, não quero
tê-las,
então, se perdê-las,
busco outras.
Talvez a boca,
essa me sirva,
de preferência a tua,
nua, desnuda de
intenções.
Alimento ela com
sensações,
noções desmedidas,
mas embriagadas de
nossa querência.
Essência, essa palavra
maldosa,
que nos escapa fogosa
e atrevida,
dessa quero me banhar.
O sal, esse do teu
suor,
irá me temperar,
me misturar aos teus
líquidos,
e me desidratar em
ciclos.
Entre laços e abraços,
um nó feito de pernas
e compassos,
abertos entre meios
lençóis,
atirar as asperezas
para cima,
e rimá-las com as
palavras mais descabidas.
Será neste diálogo,
entre gemidos
sustenidos,
gritados ao pé do
ouvido,
que escreveremos nosso
ritual.
Um sol nascerá de nós,
e como entre tapetes
voadores,
eriçados por corredores
de verdes carretéis,
flutuaremos nossos
sonhos de mortalidade.
Te buscarei em teu
peito,
seio desnudo colado ao
meu,
numa fração de tempo
futuro,
para te germinar em
mim.
Temperos que tanto nos
faltaram,
hoje de tão
desnecessários,
despencam pelas
beiradas da cama.
Será amanhã, no
entanto,
que acordados para o
novo dia,
refaremos nossos
corpos cansados.
E eles, refestelados entre
cheiros e odores,
suores, sensações e
amores,
deixaram até os deuses
desnorteados.
(Marcio Rutes)
Seremos,
faremos o ventre atropelar estrelas
e todo o resto dissipar por entre
as curvas desse olhar travesso,
desse jeito festeiro
de me desarrumar
[por dentro]
Por fora,
essa boca desnuda de todo o pudor,
de cor e suor,
desse verbo delirante,
aconchegante por entre os meios,
por entre os seios
esse ser teu centro,
ser teu dentro
e me (derr)amar a pele,
invertendo a direção de todo o meu suor.
Entre!
Nessa lasciva boca me provando o sal,
esse não querer o mal
por entre os dedos
que nos transmitem (e)terno,
esse belo e
enlouquecido tom.
Sussurros em falsetes
decorrentes,
recorrentes,
sementes
de todo verbo
mal desavisado:
não se desmisture de mim
as tuas águas todas
e dos meus leitos
seja a chave que meu peito esconde
e me inunde de ti,
daquele jeito teu
em mim.
E perto,
sorrir tão certo
quanto
descoberto (v)ir.
Descubra-me na nossa perdição!
Cubra-me!
nesse teu inverno incandescente,
dessa querência destilada
toda a nossa essência indecente
de me verter água de cheiro
no teu se derramar inteiro
[do começo ao fim].
(Interação de Samara Bassi)
(Interação de Samara Bassi)
Marcio Rutes
Seremos,
ResponderExcluirfaremos o ventre atropelar estrelas
e todo o resto dissipar por entre
as curvas desse olhar travesso,
desse jeito festeiro
de me desarrumar
[por dentro]
For fora,
essa boca desnuda de todo o pudor,
de cor e suor,
desse verbo delirante,
aconchegante por entre os meios,
por entre os seios
esse ser teu centro,
ser teu dentro
e me (derr)amar a pele,
invertendo a direção de todo o meu suor.
Entre!
Nessa lasciva boca me provando o sal,
esse não querer o mal
por entre os dedos que nos transmitem (e)terno,
esse belo e
enlouquecido tom.
Sussurros em falsetes
decorrentes,
recorrentes,
sementes
de todo verbo
mal desavisado:
não se desmisture de mim
as tuas águas todas
e dos meus leitos seja a chave que meu peito esconde e me inunde de ti,
daquele jeito teu
em mim.
E perto,
sorrir tão certo
quanto
descoberto (v)ir.
Descubra-me na nossa perdição!
Cubra-me!
nesse teu inverno incandescente,
dessa querência destilada
toda a nossa essência indecente
de me verter água de cheiro
no teu se derramar inteiro
[do começo ao fim].
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F.A.N.T.Á.S.T.I.C.O!!!
Repleto de nuances escondidas, de ritmo, de compasso. Um laço inconfudível.
Beijo meu ;)
Sam.
Fiquei encantada com esse "duelo de vozes"... Parabéns aos dois por tão belo momento.Beijo.
ResponderExcluirVcs dois derramam os sentimentos, tocam fundo o coração da gente, elevam o que já nasceu belo, emprestam uma imensa delicadeza àquilo que tratam com a alma transbordante... não tem como não reler vcs, não dá pra não arrepiar - seja juntos ou em separado. Tô aqui... passada e repassada, do avesso e do direito...rs
ResponderExcluirQue esse laço inconfundível jamais seja nó, mas que nunca se desfaça!
Beijo duplo!