terça-feira, 4 de janeiro de 2011

NÃO É PRECISO UMA VERDADE NOVA

vídeo by YouTube


Olhar no espelho e ver apenas um mero mortal, que depende de muitos fatores favoráveis para viver de forma plena e satisfatória. É isso o que você vê quando se olha no espelho, ou ainda enxerga o que a sua vaidade e egoísmo querem mostrar?

Algumas pessoas, muitas delas ou até mesmo a grande maioria, têm o péssimo hábito de medir os outros por si próprios. É neste momento em que nascem os mais abjetos padrões de beleza, cultura e comportamento. E tudo tende, desse momento em diante, a ser medido por uma linha invisível que a pessoa traçou, e somente será bom aquilo que estiver da linha para cima. O que estiver abaixo, ou for diferente, não presta e passa a ser espezinhado.

Não raro, a mesma pessoa que pratica este ato descrito acima, acaba sofrendo do mesmo mal que ela emprega contra seus pares. Sempre existirá alguém superior a ela, e que irá fazer o mesmo. E deste círculo vicioso, nasce algo muito ruim, chamado preconceito.

Por alguns instantes, pare e pense. Será que você nunca rotulou ou taxou alguém de forma pejorativa, somente por esta pessoa ter uma crença diferente, ou ser homossexual, ou então deter um padrão de cultura inferior ao seu? Quem sabe por ser de uma raça ou cor diferente da sua, ou ter algum defeito físico? Ou ainda por se vestir de maneira não casual? Tem também as questões de ideologia, nível social, e tantas outras, que seria impossível enumerar.

Vivemos numa busca constante, a de nos tornarmos seres melhores. Criamos tantos padrões, tantas particularidades, exigências, regras, etc, que em dado momento, nos perdemos em tudo isso. Inventamos verdades novas para correr atrás, mas esquecemos que a única verdade de que precisamos, já existe. Ela nos foi deixada como ensinamento faz muito tempo, e em muitas vezes, acaba sendo esquecida.

Que verdade é essa?

Dentro de nossas diferenças, todos somos iguais. Somos humanos, feitos de carne, osso e sangue. Temos força e inteligência, mas somos carentes e fracos em vários pontos. E não nascemos para viver de forma isolada. Digo mais. Caminhamos todos para um único destino, o de buscar um conforto maior, que o próprio ser humano não pode proporcionar. Mas, para atingir esse conforto, o espelho não poderá mostrar o que a vaidade e o egoísmo querem ver.

image by Google
Só há uma verdade a ser seguida, e ela é intransigente. Somos iguais e pronto, quer queiram ou não. Então, para aqueles que gostam de apregoar preceitos machistas, feministas, homofóbicos, xenofobistas, racistas, e qualquer outro que traga preconceito, vai um aviso. Ter fé e crer em Deus como um ser supremo, é estar isento de intolerâncias, sejam elas quais forem.

Quando olho no espelho, ainda vejo traços que não me agradam, e tento melhorar a cada dia. E você, o que vê quando se olha no espelho?

Marcio JR

16 comentários:

  1. Penso assim também, mas somos rodeados e engolidos por ideais completamente opostos.
    Arranjamos medidas para todas as pessoas e não descobrimos nelas as diferenças que nos enriquecem.
    Agradeço este texto que me ajudou a orar esta manhã. O mundo em que vivemos esquecidos que logo mais à frente estaremos sós sem nada do que julgávamos importante na nossa vida.

    ResponderExcluir
  2. Bom dia, meu amigo!
    Eu olho e vejo uma bagagem construída por mim ou para mim e assumo inteira responsabilidade pelo seu transporte pelo resto de meus dias e da melhor maneira possível. Tanto para mim como para o meu semelhante. Este não pode me ajudar a levar nem pode ter sua viagem atrapalhada pela minha bagagem.

    Um abraço grande. Paz e bem.

    ResponderExcluir
  3. Que tarefa árdua, meu caro Marcio, a de se olhar para si mesmo e ver todos os outros em nós. De olhar para todos os outros e nos vermos, com todos nossas virtudes e defeitos, sob traços e gestos, talvez, diferentes dos nossos. Coisa de berço (o ursinho de pelúcia que aprendemos que "é meu e de mais ningém"), o egocentrismo é um osso duro de se conviver e que, se mal faz aos outros, na realidade, é em nós mesmo que ele mais dói quando temos um átimo de reflexão, uma pausa na ditadura de nossas verdades.

    Só a meditação, autônoma e consciente, e isenta de qualquer veleidade de autodefesa, é que poderá nos levar a compreender os outros. E, no fundo, a nós mesmos.

    Excelente crônica, meu amigo, lúcida e oportuna como sempre. Um grande abraço,

    André

    ResponderExcluir
  4. Olhar no espelho para muitos, Márcio, é só ver o físico, mas , metaforicamente, deve-se olhar, para uma avaliação reflexiva e possivelmente corretiva, o ego. Abraços

    ResponderExcluir
  5. Vejo uma pessoa tentando mudar, uma mulher tentando acertar, um ser em busca de paz consigo mesmo e com os outros, uma criatura em busca de abrigo para o coração.
    E nessa minha nova, digamos assim, caminhada, tenho me esforçado bastante para tentar enxergar muito além do meu umbigo. Têm dias que consigo, em outros...
    Mas, não desisto e sigo firme na minha empreitada de me tornar uma pessoa melhor e mais feliz a cada dia.
    Enquanto isso, lamento profundamente por aqueles que para se sentirem magnânimos precisam fazer dos outros degraus para suas supostas vitórias.
    Grande texto, Marcio (como de costume!!!! :o) )
    Beijocassss e saudades.

    ResponderExcluir
  6. Excelente texto! Seria ótimo que comessassémos 2011 com estas perspectivas! Um grande abraço

    ResponderExcluir
  7. Excelente Marcio,

    Existem verdades pouco ventiladas na blogosfera, o tom pode parecer duro, mas totalmente necessário para uma auto reflexão,
    essa coisa de sair pensativa de uma leitura
    faz muito bem para o espírito,
    preciso desembaçar meu espelho urgente!

    Um abraço!

    ResponderExcluir
  8. Marcio,
    Esse tema nos propõe uma reflexão profunda e também, muito difícil de ser esplanada em palavras, por possuir muitas vertentes, muitos aspectos sobre essa questão da diversidade humana, cujo respeito é fundamental na busca pela construção de uma cultura de paz, de justiça e solidariedade. Acredito que o respeito às diferenças e a alteridade nasce do autoconhecimento, do diálogo e da capacidade de relacionar-se com o outro, depois de aprender aos poucos, a lidar com nossas próprias diferenças, com os diversos aspectos que nos compõe.
    De forma sucinta, fico a pensar e a refletir que, se as diferenças fossem respeitadas um pouco mais e um pouco além dos nossos próprios interesses, quantas guerras teriam sido evitadas se aceitássemos nossas diferenças?
    Quantos líderes seriam mais justos e bem sucedidos se as diferenças fossem respeitadas? Quantos alunos teriam êxito se fossem aceitos?
    E aqui, enquanto escrevia, fiquei pensando sobre rótulos nas pessoas que é, no mínimo, algo estúpido. Sem querer rotular as pessoas de estúpidas, é claro.
    E justamente que me recordei de muitas ocasiões, diria até mesmo, cômica.
    Sabe, gosto de algumas coisas “esquisitas”em mim, e uma delas é pensar enquanto tomo banho. Mas não um pensar qualquer. Cotidiano. É um pensar de reflexão. Um divagar pela mundo das idéias.
    Também não sei o porquê do banho. Talvez porque sinta, ainda que de maneira meio torta, que a água esteja desmanchando os duros conceitos que ainda posso ter (e que certamente tenho, como todo mundo em relação à diversos assuntos).

    E justamente os rótulos. Não gosto deles. Não nas pessoas.

    Lembrei disso porque volta e meia perguntam se acredito em Deus.
    Não sei às vezes em que acredito e, sinceramente, não tenho vergonha alguma em expor isso.
    Por que teria? Evidente que, para algumas pessoas, minhas respostas são estranhas.
    Então, da forma mais suave possível, digo que acredito em um Deus não padrão. Nem patrão.
    E enfim, acontece o esperado - Olhares de dúvida ou reprovação, seguidos das perguntas: Você é atéia? Qual a sua religião?
    Suspiro de alívio. Essas eu sei responder.

    - Não, não sou.

    Claro que tenho minhas tendências, mas esse meu estado de ser alguma coisa definitiva não me agrada. Procuro aprender e absorver o que me for bom sem “fechar pacote com ninguém”.
    E então, faço cara de inteligente e completo:

    - Acredito no todo e no nada infinito. No bem! Esse é o meu Deus.
    Por enquanto, minha religião é apenas o meu coração.
    O meu interior é o meu templo e sempre será.

    O assunto geralmente pára aí e sou rotulada de alguma coisa.

    No fundo, sei que gosto de deixar meus rotuladores confusos. E a verdade é que meu único medo real é que, de repente, eu precise usar um código de barras.
    Se isso acontecer e, caso alguém queira me comprar, favor procurar na prateleira de frutas exóticas. Ou na adega. Rs

    Enfim,
    Respeito é conceder ao outro um grau de reverência desejado para si próprio e/ou para sua escala de valores. Inclui ainda a percepção do universo do outro, observar seu perfil sem nele interferir sem permissão, muito menos causar-lhe dano, de qualquer aspecto, começar por danos morais.

    Diversidade diz respeito à variedade e convivência de idéias, características ou elementos diferentes entre si, em determinado assunto, situação ou ambiente. Diferentes ângulos de visão ou de abordagem, e, muitas vezes, também, pode ser encontrada na comunhão de contrários, na intersecção de diferenças, ou ainda, na tolerância mútua.
    Somos apenas o que precisamos ser. O resto, são conjecturas inúteis que a sociedade nos impõe.
    Abraços, flores e estrelas...

    ResponderExcluir
  9. meu blog voltou com tudo acompanhe durante a semana noticiário cultural. Espero que goste. Me siga. Abraços boa semana.

    informativofolhetimcultural.blogspot.com

    ResponderExcluir
  10. Olá querida amigo! Passando para lhe deixar um grande beijo e um forte abraço. Obrigada mais uma vez por seu carinho e amizade!

    Fique com Deus menino Márcio!!!

    ResponderExcluir
  11. Muito bonito de ser falado,mas, difícil de ser praticado.Então vamos botando um tijolo aqui, um cimentinho ali até chegarmos a essa plenitude. Será que o tempo nos esperará? Tentemos Márcio. Fique com Deus!

    ResponderExcluir
  12. Dá licença,meu querido...Vou assinar com você. Somo todos iguais também é o que acredito e sinto pena de algumas pessoas que se acham mais e melhores que os outros.Parabéns por mais um excelente texto.Espero que muitos leiam e reflitam sobre seus atos. Sempre no coração,Marcio.bjs na alma

    ResponderExcluir
  13. O que vejo? Acho que alguém grata pelo exemplo de humanidade e inclusão que sempre vi em meus pais. Foi com eles que aprendi a olhar além do exterior; a encarar as diferenças como algo especial e enriquecedor. Sabe, Márcio, uma das coisas que mais me encantam é o fato de não existirem duas pessoas com impressões digitais iguais. Se Deus teve esse cuidado de nos fazer assim é porque cada um de nós é mesmo especial para o Criador. E se Ele não faz acepção de pessoas, por que nós o faríamos? É nisso que penso quando, contrariando tudo o que aprendi, me vem à mente algum pensamento preconceituoso. Fico me policiando, me recriminando, me corrigindo para que isso se torne cada vez menos frequente. Um bom exercício é nunca nos acharmos superiores a ninguém. Como você escreveu numa de suas crônicas, a humildade é uma das maiores virtudes.
    Abraço, amigo. Amei seu texto!

    ResponderExcluir
  14. Oi amiguinho
    Meu espelho não é perfeito , mas estou em constante aprendizado !
    Obrigada pela otima leitura!!

    SAUDADES SUAS !
    BEIJOS

    ResponderExcluir
  15. Meu amigo querido,
    Texto que nos leva a uma excelente reflexão. Muitas vezes olhamos no espelho somente aquilo que nos interessa ver.
    Que possamos começar um novo ano reciclando nossas ideias, jogando fora nossos preconceitos e nos tornando seres melhores.
    Meu abraço carinhoso.

    ResponderExcluir
  16. Penso que um gordinho sacana, mas mesmo assim que tenta ser um pouco do bem...

    E feliz ano novo Marcio, mesmo que um pouco atrasado.

    Fique com Deus, menino Marcio JR.
    Um abraço.

    ResponderExcluir