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O tempo voltou em mim,
foi me ver nascer. Chorou comigo algumas vezes, brincou de bola, de peão, de
pipa... cresceu comigo. Amargurou em dados momentos, sorriu em outros.
Algo pesou nos ombros,
e sem entender, arqueei os braços como se tentasse me livrar de algo invisível.
Era só o tempo, pasmado pelas ignorâncias que eu insistia em cometer. E o tempo
viveu em mim o suficiente para me conhecer novamente. Pois é, o tempo não me
reconhecia mais, mas ele não era o culpado. Quem sabe sequer eu me reconhecia
em algumas atitudes.
A viagem continuou, e
o tempo, amiúde, tocou sua sinfonia. Eu escutava, tentava decifrar, mas não
tinha idéia de onde vinha aquele som tão estranho e, ao mesmo tempo, tão
íntimo. Aos poucos, fui me envolvendo e lembrando. Acabei contagiado por uma
sensação esquisita, de pura nostalgia, de pura melancolia. Mas aquilo era bom,
fazia bem ao espírito.
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Ao fim de uma
madrugada de pouco sono, o tempo se foi. Não, meu tempo não havia acabado, mas
sim ele terminou sua viagem pelo meu eu atemporal. Estranhamente, o tempo
dobrou-se em dúvidas. Não me entendeu. Ou não soube me ler.
Porém, eu e o tempo
chegamos num acordo. Ele pode correr o quanto for, pode me envelhecer, pode até
me fazer morrer, mas ele teve que aceitar minha condição anacrônica. Independo
de tempo e espaço para me refazer.
Marcio JR
(Marcio Rutes)
O tempo, por vezes, se torna vilão. Mas ele sempre é o mestre em e por todas as coisas. E, assim como quem briga num tempo atemporal, em meio ao temporal que afofgam-me as têmporas e latejando visões no escuro, o meu tempo é também um senhor que às vezes não me reconhece no espelho, não rejeita mas também não me aceita. Que não me receite remédios, nem doses homeopáticas, então, praquilo que não se pode curar ou tirar com as mãos, em tempo nenhum.
ResponderExcluirPorém, o tempo é ainda o senhor do meu templo.
Ele que me sabe dizer não o caminho a seguir, mas quanto tempo (sem des)esperar.
♪tempo, tempo, tempo... tu és um dos deuses mais lindos♪
Beijo na alma,
Sam.
Sempre que te leio, fico realmente muito emocionada.
ResponderExcluirTuas palavras tocam a alma, é como magia, brilho ofuscante, sentimento, fratura exposta, sei lá como dizer. Mas é belo, é pleno, é puro.
Maninho, quisera o tempo ter tempo para conhecer-nos a fundo, assim sem véus, sem pressa, com tempo.
Beijão!
O tempo...fragmento de uma medida sem fim...gosto de "gastar" um pouco dele pisando nas areias deste canto - ouvindo ecos do que está sendo dito, enquanto não é por ti, esquecido...
ResponderExcluirBoa semana, Marcio.
Beijo.
Hoje, particularmente, o seu texto me tocou.Ando assim sem tempo para o agora imersa numa nostalgia hora gostosa, hora estranha e incerta como se o tempo quisesse me contar algo importante que acabei esquecendo.Talvez seja o outono que nos deixa mais voltados para nós mesmos...
ResponderExcluirSeus textos são maravilhosos.
Beijinhos.
...traigo
ResponderExcluirecos
de
la
tarde
callada
en
la
mano
y
una
vela
de
mi
corazón
para
invitarte
y
darte
este
alma
que
viene
para
compartir
contigo
tu
bello
blog
con
un
ramillete
de
oro
y
claveles
dentro...
desde mis
HORAS ROTAS
Y AULA DE PAZ
COMPARTIENDO ILUSION
MARCIO
CON saludos de la luna al
reflejarse en el mar de la
poesía...
ESPERO SEAN DE VUESTRO AGRADO EL POST POETIZADO DE DJANGO, MASTER AND COMMANDER, LEYENDAS DE PASIÓN, BAILANDO CON LOBOS, THE ARTIST, TITANIC…
José
Ramón...