quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

“TROPA DE ELITE” É CONTO INFANTIL?

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Reedição

Carol, Bernardo e Sofia querem dormir. Idades: seis, quatro e dois anos. E todos são ávidos por historinhas para dormir. A esposa já se aninhou por perto também e, engraçado, é a primeira que dorme. Coloco os maiores ao lado da mãe e pego a Sofia no colo e a deixo escolher a história.

Vamos começar. Primeira historinha escolhida é “O patinho feio”. A leitura ia bem até que, num certo ponto, me deparo com atitudes que, em linguagem moderna, parece bullyng. Os patinhos, irmãos do feioso, literalmente humilham o dito patinho feio.  Paro a leitura e me pergunto até que ponto aquilo poderia influenciar a formação de caráter das crianças. Por via das dúvidas, melhor mudar de história. Vamos para outro conto.

A Sofia, maluca por imagens, põe o dedo sobre o “Gato de botas”. Tá bom, um gato que usa botas. Que mal pode haver nisso? Prá encurtar, durante o conto o gato roubou, usou de artimanhas ilícitas para se apropriar de um castelo, mentiu, induziu à mentira quando obrigou aldeões a enganarem o rei, fez seu dono mentir ao rei para poder se casar com a princesa (golpe do baú) e ainda praticou canibalismo, pois comeu o ogro, que era o dono legal das terras locais (acho que seria homicídio com ocultação de cadáver). É... passemos adiante.

Já tenho vontade de pedir para a Sofia ir mais devagar, mas ela foi mais rápida que eu, e o conto da vez seria “A bela e a fera”. A essa altura, a mãe, a Carol e o Bernardo já haviam dormido, e a Sofia mal entendia o que estava acontecendo. Então, passei os olhos por esse conto, e também por outros e vi algumas coisas que não gostei e que relato abaixo:

-A bela e a fera – cárcere privado, seqüestro, atitudes vingativas

-A cigarra e a formiga – vadiagem

-Branca de neve – morte encomendada, tentativa de homicídio, uso de drogas

-A pequena vendedora de fósforos – crianças largadas ao relento, morte de indigentes

-Ali Babá e os 40 ladrões – politicagem, roubo, apropriação e uso indevido de senha (abre-te sésamo)

-Cachinhos dourados – invasão de domicílio, furto

-Cinderela – exploração de trabalho escravo, inveja, ganância

-João e Maria – gula, tentativa de assassinato e canibalismo (a bruxa queria devorar as crianças)

-Chapeuzinho vermelho – canibalismo (o lobo comeu a vovó), assédio, mentira, crime ambiental (mataram o lobo)

-João e o pé de feijão – roubo, assassinato (o gigante despencou das nuvens quando o pé de feijão foi cortado), crime ambiental (corte do pé de feijão)

-Pinóquio – mentira

-Negrinho do Pastoreio – violência contra a criança, racismo, homicídio com requintes de crueldade.

A essa altura, eu já estava desnorteado. Continuar lendo aquilo e ter o risco de meus filhos absorverem aqueles valores (valores?), ou parar definitivamente aquelas leituras e eu mesmo escrever os contos? Cabe dizer que estou pensando seriamente na segunda hipótese.

As crianças que cito como filhos, são personagens fictícios, mas, cabe algumas questões, as quais ficam rebatendo na minha mente. Filhos, o que mostrar a eles com relação a esses contos ou outros mais modernos? O que deixar assistir na TV, quais informações sobre o mundo eles podem ter? Quando liberar a internet para eles? Até que ponto isso tudo influencia na formação do caráter de uma criança?

Num exemplo mais próximo, o da televisão, tomemos dois programas muito apreciados pelas crianças. Em primeiro lugar, o desenho do Pica-Pau, que eu adorava. A violência e os maus exemplos predominam, onde a maioria é cometida pelo personagem principal do desenho. E sabe o que mais? Mesmo aprontando tanto, ele sai, quase sempre, ileso e vencedor em seus embates. O segundo programa é uma produção mexicana e que atende pelo nome de “As aventuras do Chaves”. Dele, temos um exemplo péssimo de violência contra a criança, pois os personagens infantis vivem levando beliscões, cascudos, tapas ou sofrendo agressões verbais dos personagens adultos. Além disso, existe um sério caso de discriminação social entre os personagens da história e uma série de outros problemas, que alongariam demais esta crônica.

Já nem sei mais se contaria uma história infantil para meu filho ou o colocaria para assistir ao filme “Tropa de Elite”. A violência contida é quase a mesma.

Marcio JR

36 comentários:

  1. Querido poeta, sempre me perguntei: por que atiraram o pau no gato? Por que o boi da cara preta pega as criancinhas que tem medo de careta? Um dia eu disse para a minha mãe: as músicas da minha infância são trágicas, né? Também não sei o que o que será das crianças daqui para frente... Não haverá conto de fadas suficientes para povoar seus pensamentos, já que o que ocorre no dia a dia toma conta de suas mentes. Beijo!

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  2. Eiiiiiiii,tem xamego pra vc lá no harmonia, que coisa, quiz pegar vc tbém no amigo secreto...oxxi adorei te ler...Amigo é coisa pra se guardar dentro do coração, assim falava a canção que no Japão se ouviu, kkkk,,, beijos querido te espero lá!!!
    com carinho
    Hana

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  3. Adorei teu blog e estou te seguindo, caso queira seguir-me também, vá lá: http://asvozesdomar.blogspot.com/

    Abç!

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  4. Com a sensibilidade do poeta, com a visão crítica de um contista, você nos delicia com uma crônica. Envolve-nos com crianças maravilhosas. Gostaria que fossem meus. Ah! Também não são seus! Criação poética para nos conduzir, seduzir, e propor questões polêmicas.
    Essa é a função de quem conduz: Propor caminhos, abrir trilhas, revelar o dissimulado. Marcio você faz isso com maestria. Guru alça vôo, seguindo o caminho das migrações milenares. Como as aves sabem o caminho?
    No vácuo vou dando o contraponto. No século 16, quando as histórias infantis eram contadas, não existia o conceito de infância, adolescência e idade adulta. Uma cultura rústica, onde crianças vestiam-se como adultos, participavam do trabalho e do mundo familiar.
    As histórias eram contadas com função de educar, não saia da estrada, obedeça aos mais velhos. As histórias vinham do cotidiano, a segurança da casa e da vila, contra os perigos da estrada e da floresta. A crueldade, pobreza e morte, era o que se esperava do mundo no século 16.
    No século essas histórias “rústicas”, foram adaptadas e escritas. Suavizadas, pois sexo, violência e fome era o tema. O lobo mau fatiava avó, enchia uma taça com sangue, travestido fazia um banquete com a Chapeuzinho. Depois induzia a tirar a roupa, e deitar.
    Retratos de uma época passada? As músicas de funk que as crianças ouvem, relatam a violência da nossa época. A TV com histórias de violência, difere dos contos “rústicos” dos camponeses do século 16?
    Meu guru manda bem! Tropa de Elite é um conto infantil?
    Relato da vida pós-moderna da era da informação.
    Surgem às procuras pelas terras sem males (como os índio guaranis), Pasárgada de Manuel Bandeira do rei Ciro o Persa, eu vou para Zambukaki...
    Abraços Mano Velho Guru

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  5. A história é que os valores, assim como a percepção, mudam com o discernimento, e este com a idade. Mas é verdade que, contrariamente às fábulas da Grécia antiga e de autores europeus, nós no Brasil sempre tivemos (infelizmente) uma tendência a ver os animais como ameaçadores, o que não é bem o caso. Ou pela crueldade gratuita ("atirei o pau no gato", por ex.). A indústria do filme norte-americana sempre seguiu a moda e se a moda, e se a moda é sexo e adrenalina, ela não faz por menos. Seja em Rocky. Seja em Branca de Neve. Tua crônica é extremamente lúcida, meu caro Marcio, como sempre. Tenhas um bom dia, um forte abraço. André

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  6. Pois é...
    cresci escutando historinhas "infantis" com esse cunho que vc tão bem aponta. Penso que a saída, talvez, esteja em reinventar e encontrar um novo jeito de contar histórias.

    Um abraço

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  7. Marcio... meu amigo...
    Porque achas que surgiu o Macaco Xipan Zeca... rss
    É o verdadeiro fruto " autentico " de um projeto de ser humano que se desviou nas historinhas infantis que ouvia qdo ainda macaquinho peladinho.... hehehe

    Cara... muito "orangotango" esse seu post viu... rss Já me declaro fã deste blog...
    Tentemos salvar nossas "quílâncinhas" e NÓS !!!!.....
    Déussssssssssssssssssskiajudee

    Abraços fabuláis e imaginários..
    Tatto

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  8. A pequena vendedora de fósforos????
    Vou ter que procurar no google...

    Ainda bem que você não citou os meus fragmentos de Chapeuzinho... (assédio, ato obsceno, atentado violento ao pudor, constrangimento ilegal, affff...)

    Beijocas, adorei o post!!!

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  9. ola, Bom dia!! adorei seu blog, já te sigo, ainda não consegui sair daqui rss. bjinhoss, se cuida.

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  10. Chego aqui vinda do blog da Hana e encontro um assunto que me interessa muito e mt bem desenvolvido.
    Quanta sensibilidade.
    Beijo.
    isa.

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  11. Desculpe-me mas não vejo assim. Eu ouvia, brincava e adorava. Não fiquei violento, maníaco, estuprador, estirpador, ladrão, ou nada parecido!
    Tive educação! É isso, educação!
    Há ciqnquenta metros da minha casa funcionava uma boca de fumo e não me influenciei. Alguns amigos já fumamavam maconha e não fumei. Tive educação!
    Esse negócio de que não pode atirar o pau no gato! Pode sim. Pode dormir ao som do "Boi da Cara preta", sim! O lobo mau atrás da Chapelzinho, pode sim. É só a mãe aproveitar a história e orientar a filhinha não aceitar nada de estranhos que ela encontrar pela "selva de pedra". A história ensina também.
    Não dá pra culpar essas fábulas pela fragilidade educacional que existe hoje por boa parte dos pais. E não importa a condição social. Pais que permitem suas filhinhas desde novinhas mostrando a calcinha e se vestindo como mulher e que sem alcançar a maior idade já bebem e fumam e se esfregam com seus "ficantes", chegando em casa a hora que for sem dar satisfação. Assim o "lobo mau" pega mesmo! E os filhos que já desde cedo fazem o que quererm e para o o pais é isso mesmo, pois, é homem e homem pode tudo! O pica-pau é pinto perto disso.
    Querer jogar a culpa no modelo americano é mais sem razão. nada haver.
    Falta é educação e orientação!
    O mesmo esta sendo feito por um grupo de abomináveis e sem talento que acusa Monteiro Lobato de racista. Gente que nunca produziu um texto decente vem acusar um dos maiores escritores do Brasil de racismo. Pode?
    E seguindo o quento pior, uma apresentadora de televisão obtusa e sem expressão (Luisa Mell) acusar o mesmo escrito de estimular a violência contra animais, por conta "Das Caçadas de Pedrinho".
    Querido Marcio minhas observações são de visão apenas pessoal, nada contra a sua exposição. Entretanto, o tal do "politicamente correto" esconde a incopetência de muita gente e junto com a religiosidade fundamentalista de grande poder de aniquilação intelectual vem emburrecendo as pessoas.
    Os pais precisam é de "descer do muro" e educar os seus filhos, ensinando-os a separar alhos de bugalhos. E não jogar as responsabilidades por serem mal sucedidos na missão de genitores, nos outros.

    Abraços.

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  12. Bom dia, querido amigo, permita-me ser chata e virar um pouco o disco:

    Encontrei um texto esclarecedor Luiz Antonio Simas, peço licença para deixar aqui por está mais para o que eu penso, e nas palavras dele ficam melhores que nas minhas:

    " ... crianças, nas creches e escolas, não cantam mais “O cravo brigou com a rosa”. A explicação da professora do filho de um camarada foi comovente: a briga entre o cravo – o homem – e a rosa – a mulher – estimula a violência entre os casais.
    Na nova letra “o cravo encontrou a rosa/ debaixo de uma sacada/o cravo ficou feliz /e a rosa ficou encantada”. Que diabos é isso? O próximo passo é enquadrar o cravo na Lei Maria da Penha. Será que esses doidos sabem que “O cravo brigou com a rosa” faz parte de uma suíte de 16 peças que Villa Lobos criou a partir de temas recolhidos no folclore brasileiro?

    É Villa Lobos!!!!!!

    Outra música infantil que mudou de letra foi “Samba Lelê”. Na versão da minha infância o negócio era o seguinte:
    Samba Lelê tá doente/ Tá com a cabeça quebrada/ Samba Lelê precisava/ É de umas boas palmadas. A palmada na bunda está proibida. Incita a violência contra a menina Lelê. A tia do maternal agora ensina assim: “Samba Lelê tá doente/ Com uma febre malvada/ Assim que a febre passar/ A Lelê vai estudar.” Se eu fosse a Lelê, com uma versão dessas, torcia pra febre não passar nunca.
    Os amigos sabem de quem é Samba Lelê? Villa Lobos de novo. Podiam até registrar a parceria. Ficaria assim: “Samba Lelê, de Heitor Villa Lobos e Tia Nilda do Jardim Escola Criança Feliz”. Comunico também que não se pode mais “atirar o pau no gato”, já que a música desperta nas crianças o desejo de maltratar os bichinhos. Quem “entra na roda dança”, nos dias atuais, não pode mais ter “sete namorados para se casar com um”. Sete namorados é coisa de menina fácil...."

    hehe... a briga é boa!!

    Entretanto, primo pelo bom senso, tudo tem limites, tanto para um lado quanto para o outro,
    há certas coisas que precisam ser dosadas na vida das crianças, com relação a tv e internet..

    Bjs!

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  13. Quando faço a postagem de algum tema, é para ser discutido, e toda a opinião é muito bem vinda, sem interessar o seu tamanho. Cada um tem a sua opinião.

    Porém, recebi comentários anônimos e agressivos, e inclusive criticando quem deu sua opinião em comentário. Para esses, vai um aviso:

    NÃO PUBLICAREI COMENTÁRIOS AGRESSIVOS E ANÔNIMOS. Não há a necessidade de agredir qualquer pessoa que seja, ou de me chamar de "estúpido" e "porco machista" apenas porque escrevi algo e coloquei na rede.

    ------------------------------

    Guará, meu amigo. É tudo uma questão de ponto de vista. Quando escrevi esta crônica, uns 6 meses atrás, a fiz não com a intenção de cercear o conto infantil, mas sim para mostrar que a mensagem existente nele é a mesma que há por trás de um filme policial, ou de uma história real de violência. Acho, no entanto, que se poderia amenizar no conteúdo das histórias infantis. As histórias antigas já estão escritas, e devem continuar assim, porém as novas, essas deveriam conter um pouquinho mais de bom senso por parte de quem as escreve.

    Abraço a todos que opinaram.

    Marcio JR

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  14. Oi Marcio....

    Gostei demais do seu post....

    Eu entendo que cada época é uma realidade....e entendo muito bem a sua colocação....hoje tudo é diferente...

    Eu espero um dia contar outras histórias.., (o dia que eu tiver netos...rsrsrsrs)hoje sabemos que existe uma preocupação com a literatura infantil...em virtude da violência...etc e tal...

    Muito bem colocada sua idéia....

    Bjos meu querido amigo!

    Zil

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  15. Oi meu querido,
    Vim ler teu belo texto!
    Dizer que me encantei com ele é pouco, fiquei maravilhada!
    Realmente Marcio havemos de prestar bem atenção como acarinhar nossas crianças.
    Isso parece bem simples, mas não o é.
    A criança de hoje já vem muito especiais, não sei explicar esse fato, mas elas tem uma inteligência grandiosa e facilmente entendem tudo de uma forma veloz.
    As historinhas contam fatos, mas não deixam de fora certos conteúdos que mostram o lado ruim quase levando vantagem e no final poucas linhas falam da bondade e The-End.
    Amei teu texto como sempre um show de lindo.

    Beijo meu amigo querido.
    Fernanda.

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  16. Olá Márcio!

    Bom te encontrar e te ler novamente...

    Pra você ver o quanto os tempos mudaram hein! Naquela época os monstros ainda eram fantasia - como nossos pais poderia supor que existia uma pedofilia assim como hoje? Claro que isso já existia ao longo da história humana, mas poucos casos - penso que naquela época ainda existiam lenhadores e caçadores para matar lobos maus. Hoje tá tudo louco e passamos a ter uma mente mais "realista".
    Complicado mesmo... O que contar para nossos filhos - A questão é buscar novas fontes - alguns novos desenhos animados têm se mostrado interesantes: Gosto muito das crônicas de Nárnia...
    Mas isso é algo pra discussões mais profundas!
    Linda reflexão e mais pertinente ainda...
    Abraço meu amigo

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  17. Vivemos tempos estranhos. Quanto mais se tenta convencer as pessoas das vantagens de nossa época, do benefício das crescentes comunicações, da segurança dos modernos sistemas, do avanço da técnica, dos progressos reiterados da ciência, das descobertas no campo da psicologia, mais crescem o medo e a tristeza nos corações humanos. É como se todos esses avanços não chegassem nunca a tomar forma de verdade e permanecessem nas trevas das dúvidas.
    Cada vez torna-se mais difícil situar-se de forma correta no tempo e no espaço, tão imersos estamos em um constante movimento sem sentido entre verdades e mentiras, dúvidas e certezas. De forma cada vez mais freqüente, se diluem os limites estabelecidos pelas leis e acordos, pelas tradições e costumes e, na falta de outros elementos para substituir esses limites, surgem a confusão e o desconcerto. Os extremos chegam a ser tão marcados que acabam por unir-se: passado e futuro, o permitido e o proibido mesclam-se com matizes de pesadelo ou de grotesca comicidade.
    Antes, quando éramos crianças, nos contavam histórias prodigiosas repletas de personagens excepcionais; vivíamos com a imaginação habitada por heróis mitológicos e desfrutávamos junto com eles de suas aventuras. Hoje nos convenceram de que tudo aquilo era mentira, nos retiraram os heróis, os prodígios, o sabor fantástico dos mitos e até o sentido da história quanto à verdade dos fatos ocorridos no passado. Fomos privados dessas fantasias nefastas para nos afundarmos em uma realidade sem cores, uma realidade que deve ajustar-se a números e leis com pretensão de irrefutáveis. Tudo é medido e pesado, mas curiosamente nada tem um valor nem uma dimensão estável. As coisas parecem fixas e sólidas, mas aqueles que tentam sujeitar-se a qualquer uma delas caem irremediavelmente no vazio.
    Não sabemos como chamar as coisas pelo seu nome; não sabemos que nome tem as coisas e nem sequer se todas têm um nome. E assim chegamos a um estado onde a maldade mais refinada dá a mão à ingenuidade mais desprotegida.
    Há, como antes, bons e maus, sábios e ignorantes, há justiça e homens justos? Ou será que essas palavras e seu romântico conteúdo também devem parar no cemitério dos conceitos arcaicos e devem ser substituídas por novas e mais de acordo com a venerada modernidade?

    (continua abaixo)

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  18. (continuação)

    ...E se o lenhador não chegasse no fim da história para salvar Chapeuzinho Vermelho e sua vovozinha? E se a menina, antes de ser devorada pelo Lobo Mau, ainda fosse induzida por ele a beber o sangue da avó, além de tirar a roupa e deitar-se nua na cama? rs

    Há algum tempo que li algo muito semelhante ao seu post, Marcio. Muito interessante e que descortinava muito em relação às histórias e contos infantis e de como eles influenciavam e eram influenciados por uma sociedade, numa determinada época.

    Dizia por exemplo, que no século 16, os contos de fadas não eram brincadeira de criança. Sexo, violência e fome apimentavam as tramas inventadas por camponesas nas poucas horas de diversão.
    Os camponeses da França do século 16 contavam – e os detalhes violentos e libidinosos desta e de outras histórias que povoam o nosso imaginário infantil não paravamm por aí. Se você nunca ouviu as versões apimentadas, foi por obra e graça de escritores como o francês Charles Perrault, os alemães Jacob e Wilhelm Grimm e o dinamarquês Hans Christian Andersen, que entre o fim do século 17 e o início do século 19 pesquisaram, recolheram e adaptaram as histórias contadas por camponesas criadas em comunidades de forte tradição oral.

    Chapeuzinho Vermelho, Cinderela, Branca de Neve, João e Maria, A Bela Adormecida e outros contos de fadas tão familiares foram passados de geração para geração por trabalhadores analfabetos, que se sentavam à noite em volta de fogueiras para contar histórias. Nestas reuniões, chamadas de veillées pelos franceses, as mulheres narravam seus casos enquanto fiavam e teciam, o que originou expressões como “tecer uma trama” e “costurar uma história”. Os homens consertavam suas ferramentas ou quebravam nozes.

    No universo dos camponeses franceses pré-Revolução, nos séculos 17 e 18, não havia tempo para descanso. Durante o Antigo Regime, diversão e trabalho misturavam-se, como na história da pobre Gata Borralheira.

    Sem papas na língua, as contadoras de histórias caprichavam nos detalhes, digamos, escabrosos. Na versão original, A Bela Adormecida, por exemplo, foi violada por um anão durante o sono. Isso acontecia porque, naqueles tempos, essas não eram exatamente histórias infantis. Era uma cultura rústica. Não havia distinção entre infância, adolescência e idade adulta. As crianças vestiam-se como adultos, ouviam e falavam como adultos, participavam do mundo do trabalho e do mundo familiar como adultos
    Esses contos eram galhofas, que serviam para unir a comunidade, mas já com a função de educar: não saia da estrada, obedeça ao mais sábio, não ande sozinho à noite.

    (continua abaixo rs)

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  19. (continuação)

    Tanta inspiração nascia do cotidiano: a segurança da casa e da aldeia opunha-se aos perigos da estrada e da floresta, como em Chapeuzinho Vermelho. A crueldade fazia parte do roteiro pois era pobreza e morte que se esperava do mundo no século 16.
    A fome, o maior mal daquele tempo, protagonizava muitas das narrativas, como em João e Maria, em que os pais abandonam as crianças na floresta por não ter como alimentá-los. De forma simbólica ou realista, produtos culturais tematizavam valores e aspectos sociais. Por isso é fácil ouvi-los ou lê-los e deixar-se envolver e influenciar por eles.

    E “Alice no País das Maravilhas”?
    Não. Não tem nada de infantil. Alice no País das Maravilhas é um grande e temeroso clássico de Lewis Caroll. Ele é tão avançado que é até difícil de comentar.

    Pra começar, tem tudo sim pra ser uma viagem de LSD de Alice. Não que eu seja uma grande conhecedora do alucinógenos rsrs, mas dos poucos relatos que conheço e que já presenciei (digo isso em relação à minha profissão) tudo pode se encaixar.

    E você, querido próximo leitor que comentar mais esse post magnífico e reflexivo do nosso amigo Marcio...

    Você contaria tal historinha a seu filho?

    Penso que tropa de elite acabaria sendo sim, até mais branda.

    Contos de fadas até têm alguma certa magia, o que na verdade acabou sendo uma adaptação nos cinemas, nos livros, de maneira mais romântica, mas há ainda, muito que usar nossa varinha de condão e descortinar a seriedade e até uma visão não tão positiva por trás dessa magia toda, quando pretendemos falar, por exemplo, na educação, formação e desenvolvimento dos nossos filhos em relação a visão que terão do mundo, esse onde já crescem com a crença: devore ou será devorado.

    Muitoooooooo bom Marcitcho o seu esclarecimento e a forma como destrinchou.

    Abraços, flores e estrelas...

    The End. rs

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  20. Enfim um texto digno de debates e isso é o que traz crescimento.
    O interessane é que mesclo entre a sua opinião e a do amigo Guará.
    Já li inúmeras crônicas, falando sobre o lado violenteo dos contos de fadas, histórias infantis e jogos de vídeo game. Outro dia mesmo eu estava assistindo Sherek e comentei que acho algumas cenas pesadas para as crianças. A verdade é que não podemos comparar o tempo em que éramos crianças com o de agora, muita coisa mudou, a própria infância já quase não existe - depois da invensão da internet os pais e professores deixaram de ser o "suposto saber", acabando com a inoscência que restava na atual infância. Concordo que há uma massificação da violência atráves desses desenhos e programas, tem que se repensar muita coisa, porém onde fica o direito do escritor de não ser 'podado para criar livremente suas histórias'...
    Enfim, o debate é que trás o crescimento e as mudanças que muitos almejamos, mas temos que tomar muito cuidado para não entrarmos no campo da sensura, Sou a favor da liberdade de dizermos o que achamos.
    Marcio este texto está tão bom que a prova disso é toda essa polêmica, texto bom nos faz pensar, creio que era exatamente isso que queria.
    Há tem um selo para você lá em meu blog.
    É com muita honra que o ofereço. Espero que goste.

    Beijos.
    Elaine.

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  21. Rapaz, na verdade, quem criou contos de fada para criança foi a Disney, antes os contos de fada era para ensinar conceitos aos adultos, como quem rouba morre, quem sai sozinho na floresta morre e por ai vai...

    Nesta esteira, tem várias histórias de Chaupezinho Vermelho que ela morre, seja devorada pelo Lobo, ou outra coisa.

    E sem problema e ficar um tempo se visitar, eu também faço isso (sei que a via virtual tem a sua importância na nossa vida, mas ela é só parte da nossa vida).

    Fique com Deus, menino Marcio JR.
    Um abraço.

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  22. Márcio,

    Embora eu tenha achado engraçada a forma como tu definiu os "crimes" presentes nos contos, entendo a preocupação e a considero pertinente.

    Eu ia te indicar o blog "Crônicas do Cotidiano", que aborda o assunto em seu post atual, mas acabo de ver que tu comentou lá. ;)

    Gosto particularmente do Lobo Mau, por motivos íntimos, e, como já não sou criança há algum tempo, achei interessante uma consideração que li em algum lugar, dizendo que príncipes encantados não estavam com nada e muito mais valia um Lobo Mau, que além de nos ouvir melhor e nos enxergar melhor, ainda...bem enfim, isso mesmo que tu pensou...rs

    Um beijo.

    ℓυηα

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  23. bom,,,o que sei digo por experiência,meus filhos foram criados com todos estes tipos de desenhos,e inclusive tropa de elite e outras coisitas mais...o negocio é o seguinte,criar com respeito e jamais deixar a fantasia se perder...e no fim ..são otimos meninos,o amor fala mais alto,não ferir o irmão ,não magoar serem unidos acima de tudo, e assim ...deu certo ! um beijo MARCIO UM OTIMO POST PARA DEBATER OPNIÕES!

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  24. Só para esclarecer o "lobo mau" comeu a vovozinha e não a menina. Se ele fosse tarado seria "um tarado geriátrico". Só que continuo batendo na tecla, o problema não esta na história "violenta" fantasiada pelo homem e sim dos pais que em muitas vezes deixam os filhos por conta do "deus dará". Não vi ninguém debater as responsabilidades dos genitores e sim as "responsabilidades" das histórinhas. Por quê? Pois, a pedofilia muitas vezes acontece na própria casa e aí, foi as fábulas que induziram? Isso que estou dizendo é fato comprovado pelas autoridades policiais e judiciais.
    E quando a filhinha engravida com 12, 13, 14 anos de quem é a culpa, do além?
    E quando os meninos começam usar drogas e daqui a pouco são internados, ou mortos a culpa é dos desenhos?
    Paiss violentos, vilência doméstica e as crianças convivendo com tudo isso...
    Por aqui eu fico.
    Abraços.

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  25. OLHA AMIGO MEU ESTE SEU TEXTO É MEGA MARAVILHOSO, PENA QUE ESTOU NO TRABALHO E NÃO POSSO COMNETAR DE MARAVILHAS SOBRE ELE, MAS FAÇO CORO COM VC EM TODO SEUS ESCRITOS, E TE ADMIRO POR ISSO.
    com carinho
    Hana

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  26. Final de ano, todo mundo pensando nas festas.
    Marcio todo enrolado nos “festejamentos”, pega uma crônica já escrita, salpica uns temperos novos e está reeditada. “E sem querer, querendo” (Chavez SBT) cria um rebuliço.
    Tenho um problema sério com os textos do Marcio. Fico com vontade de comentar, ampliar, discutir, discordar, dar o contraponto. Da parte dele, vejo a mesma vontade, esmiúça os meus escritos, intromete-se, apropria-se, recria. E como é mestre, na maioria das vezes os seus comentários ficam melhores, que os meus escrevinhados.
    O Marcio é um instigador, estimula, provoca, arranca pessoas da mesmice. Na era do Control C e Control V, é um diferencial.
    Encontrei Marcio, recriando e comentando uma poesia. Da poesia de um jovem autor fantástico, efetuou uma crônica. Falava de algo muito polêmico: discriminação racial. Não de forma de laboratório, acadêmica, mas de vivência de suas próprias realidades. Entrei no jogo.
    Marcio tem antenas na cabeça. Tem a sensibilidade, de promover uniões, gestamentos. Na internet sou da era anterior aos blogs, onde os fóruns promoviam discussões, debates, onde a pergunta ou afirmação, crescia pela participação.
    Marcio Guru dos Blogs promove essa reação. Participação! A instigação de seu texto promove a discussão.
    Blogagem coletiva? Sei lá, mas ele cria sem propor, uma criação coletiva. Como uma ave, levanta vôo, e segue um GPS inconsciente, buscando novos rumos. Ave líder, consegue seguidores, e incrível voam em formação. Claro que voar junto, facilita criando o vácuo, rompendo o ar.
    A tarefa maior fica para quem vai á frente. Dificuldades, enfrentamentos, e no caso críticas ácidas que não foram publicadas. Creio que deveria publicar não as anônimas, mas as que vêm cheias do próprio veneno de quem escreve, como “estúpido” e “porco machista”. Fiquei hiper curioso com essas reações, ou incompreensões.
    Marcio Guru, arrebanha, instiga. Muitos da seita do A.P.U. (Adoradores do Próprio Umbigo), sentem-se incomodados.
    As aves levantam vôo, é o que sobrou dos reinos dos dinossauros. Marcio dinossauro da informação, tenta recriar o caminho. Chacrinha dizia que “nada se cria, tudo se copia” parodiava o Eclesiastes “Não existe nada de novo sobre o sol”.

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  27. Esses contos infantis tinham um fundo moral, a famosa moral da história. Creio que a intenção era estabelecer o conceito de maniqueísmo nas crianças. Acabaram tornando-se clássicos da literatura em sua maioria e hoje, com o advento do politicamente correto, não são mais recomendados. O que eu acho é que a leitura sendo feita com o acompanhamento adulto e pedagógico não é um malefício. Também , por outro lado, com uma mudança de valores na sociedade não podemos dizer que sejam mais clássicos. Há uma literatura infantil riquíssima fora desse padrão maniqueísta. O problema é o apelo que têm os chamados clássicos, que o senso comum não ousa confrontar. Eu publiquei uma crônica no recanto falando sobre o maurício de souza e oo que seria hoje buylling, com a baixinha, dentuça, gorducha, o fedorento do cascão, o Zé Carioca do Disney (trapaceiro e malando brasileiro), o Tio patinhas e Donald sem origens familiares, etc, etc, etc, e tomei um cacete. rsrs. Mas é sempre bom suscitar estas reflexões, Márcio, pois é delas que vamos aprimorando nossas escolhas. Gostei muito. Meu abraço. Paz e bem.

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  28. Marcio,
    que lindo! Você sabia a autoria da música e ainda me passou a parte do começo dela.
    Essa música canto muitas vezes acompanha de minha viola, ela é muito linda e emocionante.
    E você uma pessoa tão especial, cheio de carinho e amor no coração.
    Sabe?Ás vezes observo da janela a rua lá fora e vejo algo desbotado em alguma pessoas.
    Deve ser o corre, corre das coisas, se passa sem perceber o verde , os pássaros, o outro ser humano.Há uma frase de Guimarães que abarca o que quero dizer” Viver é um descuido prosseguido”. Não percebemos esse descuido, só quando ele fica ameaçado.
    Nasci assim observadora e encantada pela a vida, o verde, o céu , o mar.
    E um amigo querido feito você para acarinhar minhas palavras com toda sinceridade e carinho.
    Porque nesse mundão de Deus tudo se perde e tudo se acha.
    O mundo é um grande coração, hora pulsa forte, hora fraco, hora se quieta, hora é amor.
    Meu coração bate forte pelas pessoas e será sempre assim e isso já minha poesia.
    Porque poesia é sentimento, algo que o coração se emocione, ou queira estar pertinho.
    Como teu carinho meu amigo querido.

    Beijinho.
    Fernanda.

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  29. (Acompanhada) quis dizer, desculpa esse engulir de palavras rsrsrs.

    Beijo

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  30. Desconheço o autor:

    AS CRIANÇAS APRENDEM AQUILO QUE VIVEM

    Se a criança vive sob crítica,

    Ela aprende a condenar;

    Se a criança vive sob hostilidade,
    Ela aprende a brigar;

    Se a criança vive ridicularizada,
    Ela aprende a ser tímida;

    Se a criança vive sob humilhação,
    Ela aprende a sentir-se culpada;

    Se a criança vive com tolerância,
    Ela aprende a paciência;

    Se a criança vive com encorajamento,
    Ela aprende a ter confiança;


    Se a criança vive com louvor,
    Ela aprende a apreciar;


    Se a criança vive com compreensão,
    Ela aprende a justiça;


    Se a criança vive com segurança,
    Ela aprende a ter fé;


    Se a criança vive com aprovação.
    Ela aprende a gostar de si mesma;


    Se a criança vive com aceitação e amizade,
    Ela aprende a achar amor no mundo.

    Que tal assumirmos nossas responsabilidades de pais, heim!

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  31. Um texto digno de mestre. Os dois últimos clássicos que você citou, ou seja, Pica Pau e Chaves realmente fazem parte da maioria das crianças, e tudo que você postou aqui de forma maestral, é a mais pura verdade, de uma forma, mesmo que sutil, incentivam, sim, a violência contra a criança. E como você disse também, no "pé" que a coisa está, daqui a pouco será mais válido dar o filme Tropa de Elite para que as crianças assistam, pois nada no filme é novidade para elas.
    Parabéns pelo texto, meu caro. Brilhante, como sempre.
    Beijo no coração.
    Vanessa

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  32. Nossa, fico até intimidada de comentar um texto tão comentado... Eu adorei. Texto ecxelente, nunca tinha pensado nessas histórias sobre esse ângulo mas é isso mesmo. Que valores estão incutidos nessas obras? Serão válidas para a educação das crianças ou seria o ínicio de uma política de ensino de dominação de massas? Um super abraço Marcio.

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  33. Marcio, primeiramente o seu blog é maravilhoso! Cada dia eu dou uma lida e este texto que eu encontrei hoje nossa, foi demais, porque é pura verdade mas voce usou a satira para abrilhantar o assunto... Eu amei ler, demais!

    Eu gargalhava tanto, e agora eu preciso de um favor!
    Sera que voce poderia ir la no meu blog para dar uma avaliada no meu conto de fadas, para saber se passa pela sensura? kkkkkkk

    Esta la em contos de Fadas, eu fiz em parceria com Veloso, mas agora eu estou preocupada, pois estamos criando a trilogia dele e na segunda parte Morcerujinho sofrera na escola Bullyng... hehehe Acho que em janeiro estara em carta, hehe

    Poxa eu queria que voce contasse para a Sofia(e voce forjando personagens, kkk) o meu conto, porque eu to achando que ela dormira em paz e voce também, rsrsrs
    Muito criativo, muito!

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  34. Andei lendo as opinioes e achei que o Caca esta certo no meu ponto de vista...
    O conto é para ensinar o certo e o errado e o adulto tende a mostrar, a discutir e fazer com ele entenda desde cedo o que nao deve ser feito... E quandto a ser o protagonista o vilao isto ja existe da tempo, e somos nos a combate-los ensinando, mostrando como existem seres ruins em primeiro plano.
    So que em forma de um conto mostrando conversas e personagens para alegrar em vez de estar sempre dizendo nao, nao, nao mas nao mostrar o porque!

    Eu quando criança gostava de ler Guliver, o Gigante, nossa eu adora ele porque ele era grande e eu queria ser grande como ele! rsrs
    Meu pai presenteou para nos As mais Belas estoria(Uma super coleçao) e eu sou boazinha, kkkk

    Deus mostrou diferente... Fez os dez mandamentos e nele ja dizia em todos os dez nao...nao... nao... ele foi radical. hehe

    Sabe a criança vivendo em um lar tranquilo, curado com amor entendera e ira a voce e te dira que aquilo que ouviu é triste, é errado, e ai existe a nossa hora de falar e mostrar...
    Tem ve que até complica porque a criança nao dorme, e se a gente bobear vai longe pela madrugada, kkkk

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  35. Uma crônica muito inteligente bem humorada e elaborada! E o pior que é que pelo jeito não dava para tentar uma canção de roda ou de ninar! Volto depois para ler os comentários que seu texto causou!

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  36. Olá nobre amigo Marcio, uma belíssima crônica, mas algumas pessoas por pensarem diferente, nos agredem por e-mails, o que mostra o seu caráter, uma vez que o espaço está aberta para todos. Parabéns, sou seu admirador. Força sempre.

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