domingo, 2 de fevereiro de 2014

ENTRE CRENÇAS E CALACEIOS

série EMPÍRICA MENTE


Ampulheta - by Google.

Questionaram: e tua fé?
―É, eu tenho, e é minha...
...antagônica, platônica,
rifada em meio aos pássaros do morro.
―É, eu tenho, independente de algum José,
sadia, vadia, vertiginosa, contagiosa,
não falecida de nenhum mal-agouro.
―É, eu tenho, vista da compadecida,
enterrada na casa simples lá do meio do mato,
nas curvas de um cipreste brotado do peito da árvore morta.
―É, eu tenho, feita de verdades não pungentes
sem indolências nem imposições pestilentas,
e não essa crença alvissareira de uma reta já quase torta.




Questionaram: e como ela é?
―É feita de caos e suor, dor e sabor,
é puro tom de vão de cerca, cor de saliência,
existência pura, energia crua,
finita no ponto em que eu enxergar o fim de mim mesmo,
a esmo,
no ermo abismo dos meus sonhos.
Catedral é sem sino,
uma tapera serve para templo das minhas crenças,
nascidas e herdadas das adulteras idéias que me preenchem os poros.
Sagrados são os ossos não lascados
que ainda persistem em me manter ereto,
certo de que a verdade ainda virá numa esquina qualquer.
bailado na chuva - by Googel
E sepulcro algum soterra minha ânsia,
não de salvação,
e sim, de elevação.
Um bailar de pés descalços,
de um corpo nu,
de um profano ensejo,
de um desejo da carne,
desse vertiginoso síbilo profano,
latente e indescente de meu cerne,
que mal tem?
Que pecado é?
Assim, na calaça desse sonho vadio,
teimoso em encostar-se no meio de minhas rebeldias,
vou acreditando nele,
vou escutando suas palavras:
não corra, pois não adianta;
não teime, pois tudo é muito maior;
não desanime, pois se parar será engolido;
não afirme, pois vai se decepcionar;
não desatine, pois ainda nem começou;
não finde, pois o começo está em você;
não feche os olhos, pois tudo é muito rápido;
não seja mais, pois tudo é muito menos;
não creia excessivamente, pois qualquer verdade pode ser mentira;
e jamais duvide, pois qualquer bobagem pode revelar mistérios.”.




corpo nu - by Google
E quanto a mim, eu digo:
Nas verdades dúbias,
sigo reto pelas curvas que me tomam,
pelo doce-ardido de um delta de águas raras,
iluminadas na brancura da tez alva,
aura e porosa em certos cantos,
lisa e “aprisionante” em qualquer outro instante.
É meu santuário, meu oráculo,
sanatório de minhas divagações,
lascívia de minhas intenções carnais,
ou mais.







Marcio Rutes

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Um comentário:

  1. — É, eu tenho. Esquecida em vasos quebrados, lavada em água de rio.
    Traduzida no vento, balangandando fitinhas de amarrar no braço pra realizar sonho que santo algum saberá o porque que lhe foi "protegido"

    E tenho ainda, um bocado de aplavras escorregadias na ponta dos teus dedos, na curva da língua, no meio do amto.
    Tenho ainda aquela fé abestalhada que não fede nem cheira mas que me rende sorrisos bem fartos, assim mesmo, de bobeira.

    — É, eu tenho. E daí se ela é quem não me tem. Nem me detém.

    Não me faz refém de catedrais, ou mais... não me prende os pulsos em cruz, nem reluz em velas, suas imagens adoradas ou choradas em muros.

    — E quem tiver?
    — Que tenha! E a detenha como quiser. Porque ninguém tem nada a ver com o que não lhe causa dor ou amor, muito menos beleza em olhos e coração alheios.

    Minha fé até que é, em vezes de turbilhão, uma canção guardando rebanhos por baixo dos cílios de quem encontra Deus somente num sopro sem pretensão.
    Às vezes que surge no meio do nada, calçada de asfalto, esperando o ônibus.

    E que seja quando tiver que ser, ainda, debruçada na tua boca as minhas vontades santas e profanas, porque nesse meu te querer... ahhhh, eu acredito!

    E isso é fé.
    É aroma de café
    É poça d'água no pé.

    É a vontade do corpo, com ou sem coração.

    É minha alma caída estafada, é meu corpo na calçada, apreciando pombos famintos.
    E se sigo, te trago de volta, crente de ter seu beijo estampado no meu colchão.
    Engano seu, desacreditar de mim, achando que isso deixou de ser fé.

    Nénão!

    A minha é do momento e da vida inteira.
    É entrelinha, e verdade nua.
    É minha! Que também pode ser a sua.

    É você nos meus centros, entre as minhas pernas.
    Certa que sou, da minha fé e só... é ainda pó e nó de corda.
    E enquanto você não acorda pra sua própria e qual te satisfaz,
    deixe a fé dos outros em paz.

    Showwwwwww meu amor!!!
    Ameiiiiii essa forma de "diálogo"rebelde e ainda crítico diante daquilo que não nos convém, nem nos convence.


    ESPETÁCULOOOOOOOO! \\\o///

    Porque o mundo é bonito aos olhos de quem vê. A fé,. não poderia ser diferente.
    Embora cada qual no seu mundo, sabe bem qual a fé que lhe vale!

    Te amooooooooooooo.
    Sammm.

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