texto inspirado no conjunto da obra de Samara Bassi.
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Já parou pra pensar
que o seu tudo não te deixa entender que você não é nada!
Talvez, se você
quisesse me escutar,
eu te diria das minhas
poucas verdades
e das minhas muitas
ansiedades.
Então, você relutaria,
e dificilmente casaria
suas verdades com as minhas.
Entregaria a um deus
qualquer do destino
todos os seus medos e
dedos tortos
aqueles mesmos
cansados que estão em
apontar caminhos a esmo
ou grotões e abismos
por onde você tem se escondido.
Somos tão grandes
aqui, não somos?
Mas não passamos de
egos submissos de nossas vontades de grandeza,
e cada um desses egos
arrulha trincas
barulhentas das correntes que nos prendem.
Quer saber?
Essas correntes nos
desaprendem a tal ponto
que não percebemos
nosso real tamanho.
Enormes aqui,
átomos de poeira na
amplitude verdadeira.
Não, não somos uma
besteira da criação,
mas nem em sonho somos
o umbigo do planetário de um jardim celeste.
Somos, sim, parte de
uma cadeia em expansão,
engrenagens parindo
ações e reações,
onde o ritmo rangente
e irritantemente cadente dessa roda viva
não nos deixa tempo
nem opções para desatenção ou lamentação.
Somos poeira a mercê
de um vento solar.
Ventania que se volta,
reverte-se a ponto de apagar o próprio sol.
Caminhamos para um
apagar das luzes da nossa casa/universo.
Você tem medo do
escuro?
Marcio Rutes
não copie sem autorização, mesmo dando os devidos créditos.
SEJA EDUCADO (A). SOLICITE AUTORIZAÇÃO.
Eu?
ResponderExcluirJá tive por inúmeras vezes o medo do escuro, mas não do escuro em si. O meu medo era dos fantasmas que não existiam e mesmo assim, eram tão evidentes.
Mas sabe que há diversos escuros? é!
E cada um faz o seu. Eu tenho tantos dentro do meu e que guardam tantos outros e outros e outros...
Mas, deixe-os dormir porque aqui, ainda é claro e existe luz diante dos meus olhos
[todos. tantos.nus. sutis.densos...]
Sem carregar verdades absolutas, somos esse grão de areia estelar, esse pó de estrelas cintilantes e nem sempre nos acostumamos a aceitar tal fato. E quando sim, aceitamos no egocentrismo de tal brilho nos cegar.
Carregamos tanta vaidade num inverso acanhado das mãos que se levantam diante das faces, que deixamos de ver além, um amém minguando por entre as rezas daqueles que não sabem compor estradas no seu próprio peito. Interno é esse enraizamento compulsivo, explosivo que nós homens, construímos sem flexibilizar pontos de vistas.
Revistas são nossos olhos que se acostumaram no conveniente.
Somos tão imensos na humildade e tão pseudo-gigantes na nossa ignorância ilusória de tudo querermos ser sem estudar o "ao redor"
Somos terra e somos vento. Ar da ligação por entre os meios que circulam, abraçam como vestes e como braços, nossos elos perdidos de nós. Nossos paralelos não coincidem na viagem e ainda assim, encontram pontos comuns no caos.
Caos?
Não somos (p)arte criada por sorteios. Somos estudados e de nós, somos estudantes.
Somos prismas ventilando o ego distante daqueles que não compreendem o perto e não sibilam em meio o mediastino, o seu sopro complexo, livre.
Cortamos o cordão. E continuamos umbilicalmente enterrados no lodo, tentando florir esperas que não se agridam.
Somos plexo solar e sol diante dos pés.
Somos minúsculos e astros que satelizam o entorno do nosso próprio coração.
Somos luas e anéis magnéticos.
Somos ainda, correntes que pesam, quando queremos ser.
Nosso jardim é além das sementes de uma vida só. De uma colheita apenas, de um tempo a sós.
Guardamos a volta de uma paisagem escondida na lembrança, de histórias mal lembradas, de dejà vus encortinando os cílios e nem assim, nos empenhamos em luzir.
Ir?
fomos e esquecemos de (nos) voltar em nós.
Entalhamos nós e os laços, esses se perdem, se prendem naquele escuro desavisado e bobo de um olhar alheio.
Ou nem fomos ainda porque não somos uma partida escolhida, esculpida no ventre dos dedos, o nosso próprio e real tamanho.
(continua...)
......... (cont.)
ResponderExcluirNossaaaaaaaaaa!!!
Uauuuuuuuuuuuuuu.
Meu querido, esse seu texto é de uma grandiosidade imensurável.
E diria que de uma sabedoria simples, entendedora e ainda assim, tão sutil que olhos hábeis saberão absorver.
Me sinto pequena diante de tanta beleza. Pequena, mas plena. Sinto-me ainda, querido meu, feliz demais em saber que qualquer "gesto"meu, tenha alcançado o coração de alguém. E teve um pinguinho de culpa para o nascimento dessa sua OBRA-PRIMA!
Poder compartilhar momentos e conhecimentos como esses, que você semeou, me torna um riso guardado no peito, tamanho presente.
Há trechos que eu preciso destacar, simplesmente porque possuem "verdades" tão intrínsecas e questionamentos que interferem sem ferir, que espetam, sem latejar. Esses trechos me causam um reboliço por dentro. Me espantam, me encantam. Me vidram, pela tamanha força, sem imposições.
"Mas não passamos de egos submissos de nossas vontades de grandeza,
e cada um desses egos
arrulha trincas barulhentas das correntes que nos prendem."
Nos tornamos tão grandes quanto pequenos. Depende da intenção, da ação interna. Do consciencial. E cada vez mais nos iludimos com essa força estranha que por mais que não nos derrube agora, nos
EnGOlirá.
"Não, não somos uma besteira da criação,
mas nem em sonho somos o umbigo do planetário de um jardim celeste."
Somos essa ligação materna com a própria essência, assim, visceralmente luz. Lúdica, quem sabe um dia?!
"engrenagens parindo ações e reações,"
Parimos, partimos, cortamos... Findamos uma casa que não nos pertence e ainda assim, nos compõe. Contraditório?
"Somos poeira a mercê de um vento solar."
Somos como um milhão de sóis juntos. Somos um, sem deixar de sermos todos.
E VOCÊ, tem medo do escuro?
(F.A.N.T.Á.Á.Á.Á.Á.S.T.I.C.O.)
Beijo na almaaaaa,
Sam.