texto inspirado no conjunto da obra de Samara Bassi.
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Já parou pra pensar
que o seu tudo não te deixa entender que você não é nada!
Talvez, se você
quisesse me escutar,
eu te diria das minhas
poucas verdades
e das minhas muitas
ansiedades.
Então, você relutaria,
e dificilmente casaria
suas verdades com as minhas.
Entregaria a um deus
qualquer do destino
todos os seus medos e
dedos tortos
aqueles mesmos
cansados que estão em
apontar caminhos a esmo
ou grotões e abismos
por onde você tem se escondido.
Somos tão grandes
aqui, não somos?
Mas não passamos de
egos submissos de nossas vontades de grandeza,
e cada um desses egos
arrulha trincas
barulhentas das correntes que nos prendem.
Quer saber?
Essas correntes nos
desaprendem a tal ponto
que não percebemos
nosso real tamanho.
Enormes aqui,
átomos de poeira na
amplitude verdadeira.
Não, não somos uma
besteira da criação,
mas nem em sonho somos
o umbigo do planetário de um jardim celeste.
Somos, sim, parte de
uma cadeia em expansão,
engrenagens parindo
ações e reações,
onde o ritmo rangente
e irritantemente cadente dessa roda viva
não nos deixa tempo
nem opções para desatenção ou lamentação.
Somos poeira a mercê
de um vento solar.
Ventania que se volta,
reverte-se a ponto de apagar o próprio sol.
Caminhamos para um
apagar das luzes da nossa casa/universo.
Você tem medo do
escuro?
Marcio Rutes
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