domingo, 1 de outubro de 2023

FAZER AMOR COM MEU AMOR DE MANHÃZINHA

 

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Vou fazer amor com meu amor de manhãzinha, pra atiçar o sol e fazer balancê na neblina.

Vou fazer amor com meu amor de manhãzinha, de beijo em beijo, de besouro chateando beija-flor. Secar a dor, se molhar de suor, e o que de melhor, se é que tem, e é de nós, nem teus laços, vou é arrancar da pequena calça o cós, sapatear de fininho,
pra beijar teu ombro naquela batida do sino,
hino ao ninho, nesse gemido contínuo.

Vou fazer amor com meu amor na noitinha, derramar todo o tesão com nossa leveza, te chamar pra daneza, sem certeza de acordar na hora certa, hora precisa de acordar, despertar sem destino, só sonhar, lavanda que nasce entre os girassóis, luas e sóis, a sós, somos nós, amar, remar um caminho entre o mar, salgar a pele, mesmo que se adoce o café, derramado pelo vão dos lábios, assim, ajeitar, arrumar a face, escovar o cabelo, corpo nú feito lã fora do novelo.

Então se apela para a pele ouriçar o pelo e desligar o pudor, pra fazer amor a qualquer hora com meu amor.


Depois, lá pelo meio da tarde, a gente canta aquela música:
"To com saudades de você,
debaixo do meu cobertor..."

Marcio Rutes

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8 comentários:

  1. Humm que beleza ! veio de um mundo mágico para um folhetim cheio de açucar e afeto .Essas manhãzinhas suas deixa acelerado os corações desavisados.
    Oh Márcio calma aí garoto ( risos)
    O amor é assim , amigo _ lindo e bom ! fico saboreando as palavras , as sílabas , as frases absurdamente poéticas .Resta dizer como aquela outra música: 'tudo que eu quero é um acorde maior,,, noutras palavras 'também' sou muito romântica .."
    A do rei ! Um abraço e beijinhos.

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    1. Existem as manhãs para rir, amar, chorar, e se apaixonar, Lis. O bom é viver a vida, e fazer dela um lugar apaixonante, mesmo que, por vezes, achemos que só vamos chorar. E você me conhece lá de outros tempos. Sou intenso e não sei disfarçar... rsrs. Então, como diz Zeca, "...deixa a vida me levar...".
      Lis, minha querida amiga, linda semana pra ti, menina.

      Marcio

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  2. Leio uma newsletter semanal cuja temática é a escrita; dicas, reflexões. E nesta semana, dentro do assunto abordado, falava-se sobre se lançar a estilos, gêneros que a gente normalmente nào faz e quando um escritor "inova" ele surpreende o leitor que acaba sendo fisgado por aquela escrita tão diferente.

    Assim se deu comigo agora ao ler seu texto. Um uau!
    No comentário que você deixou para a Lis - "você me conhece lá de outros tempos", talvez sinalize que essa seja uma escrita que já acontecia. Para mim, que há pouco cheguei aqui no teu blog, foi uma novidade que eu adorei!

    Acrescentaria que, além de não ter hora para amar, a daneza não é só para jovens enamorados. A maturidade também ama!
    Abraço Márcio!

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    1. Oi, Ana.
      To só de passagem aqui em casa neste momento, e, por mero acaso, o pc está ligado e li seu comentário. Não tem como não responder. Adorei o que você deixou, e isso dividido em várias partes.
      Realmente, quando um autor muda o gênero e se arrisca em outro, pode surpreender, ou se enterrar... Normalmente, se dá bem. No meu caso, como nunca fui de poesia, eu a escrevo e depois transformo em prosa. Repare que as separações, se fosse para prosa, estariam extremamente erradas, e os literatos estariam querendo me enforcar. No entanto, e fiz algumas provas, dá muito certo. Dá musicalidade ao texto, e eu to adorando isso. Sem contar que, neste estilo sem nome, me permito uma linguagem menos formal, usando contrações, e outras linguagens do dia-a-dia, que não uso nos contos.
      Outra coisa. Grato, grato, gratoooooo pelo "uau". Me fez um bem danado, assim como a Lis dizendo "...Oh Márcio calma aí garoto...", e eu nem fiz menção a isso quando recomentei a ela (faço isso depois, lá no blog dela), mas esses pequenos detalhes que observo são tudo para mim.
      Maaais uma coisa. Danesa? Menina, quem faz danesa na hora de amar não são os jovens enamorados. Quem faz "danesa" é que sabe amar, é quem já ficou na mão, vendo a parceira ou o parceiro saíndo satisfeito, enquanto você ficou ali, se perguntando: mas já acabou? Nós fazemos danesa, com hora para começar mas, depois... não tem hora para acabar.
      A maturidade é que sabe amar, minha amiga. E sabe fazer de um jeito que, se quiser, horas virariam dias.
      Amei teu comentário, minha amiga, e em um texto meu que nem estilo tem, mas que eu to adorando fazer. Linda semana pra ti, Ana.

      Marcio

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  3. Bravo Marcio! Quisera eu me libertar e falar de amor assim tão belamente e com toda força que o amor inspira e respira. Gosto de quem escreve assim, pois vejo até uma certa elegância, na expressão destes doces desejos, tenho uma amiga a Gracita, que faz isso tão bem, ah como eu queria amigo. Hoje tenho que aplaudir este seu belo desatino, debaixo do cobertor, edredom ou mesmo debaixo de nada, sob a luz do luar, numa casinha branca largada numa serra, onde as estrelas ficam mais perto e as luzes de vagalumes ornamentam o instante e o durante. Bonito demais amigo.
    Um abração e uma semana mais leve para nós.

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  4. Olá, prazer! Vindo conhecer seu cantinho, e que graça encontrei por aqui. Curti muito.
    Abraços.
    She

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  5. Que doçura! Com uma história de amor assim tão doce e suave até me sinto mais leve.

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  6. Que perfeição!
    O bom é se entregar assim... de corpo e alma.
    Beijos, Marcio!

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