re-edição
Uma de minhas crônicas que mais gosto, e que hoje, após ler o belo texto "É SABER QUE NUTRE", de Samara Bassi, me vi com a necessidade de trazê-lo novamente à baila.
Tenha uma boa leitura.
Que tal parar para refletir por alguns minutos?
“Meu único desejo é um pouco mais de respeito para o mundo, que começou sem o ser humano e vai terminar sem ele...". Depois, conto quem foi o dono dessas palavras. Mas, vamos pensar um pouco sobre isso?
O planeta terra, antes do surgimento do homem, era um lugar horrível, cheio de animais gigantescos e perigosos, que viviam se devorando uns aos outros. A lei era aquela, o maior come o menor, ou, a união faz a força, e então, quem sofria era o maior. Feio isso, não é? As florestas eram dizimadas, muitas vezes, por vulcões ou períodos de intenso frio. Os animais também contribuíam para isso, pois precisavam de muita comida. Será que esses animais não tinham um pingo de consciência de que estavam acabando com o meio em que viviam? Mas eram animais irracionais, e só o que faziam, era lutar pela sobrevivência. E a natureza sempre tinha tempo de se refazer.
Então, o homem apareceu. Descobriu o fogo, a roda aro 17’’, plantou, colheu, desmatou para construir cidades, enfim, evoluiu e se transformou num ser racional. Fez guerras, dizimou e foi dizimado em vários locais durante esse período evolucionário, cometeu as maiores atrocidades em nome de qualquer tolice que achasse certo ou que pudesse lhe dar mais capacidade de domínio, se tornou mesquinho, egoísta, e passou a viver, também, pela lei do “maior come o menor”. Implantou-se uma corrente de poder mundo afora. Capitalistas, socialistas, anarquistas, fascistas, comunistas, neoliberais... não importa o nome que se dê ao movimento ou a corrente de poder, pois todas seguem um único mandamento, evoluir e tomar espaço a qualquer preço.
O mundo está sofrendo, e a natureza sangra mais a cada dia. Geleiras estão derretendo, oceanos subindo, o ar fica mais poluído e pesado, as florestas somem de nossas vistas numa velocidade espantosa. E sabe? Muitos defensores das florestas repousam o corpo em móveis de mogno. Hipocrisia? Não, ganância.
Os animais pré-históricos matavam outros animais para se alimentar, mas nunca os da mesma raça. E se algum estava doente, se afastava do grupo, evitando contágios e atraso no percurso, e morria solitário, para não degenerar ou enfraquecer a prole ou o grupo como um todo. A coletividade sobressaía. Já o homem, na sua ânsia de poder e na gana de estender seus territórios, aniquila seu semelhante, mata seu próprio pai para tirar-lhe as gerências, arrebenta o meio em que vive unicamente para construir artefatos que lhe dêem mais poderio e força. Ou seja, constroem algo para destruir algo. Inventam doenças para vender a cura.
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Lévi-Strauss / image by Google Autor: David Levine |
Claude Lévi-Strauss, nascido em 28/11/1908 e falecido em 01/11/2009. Francês. Ele foi um dos mais renomados antropólogos que já passaram por este planeta, e falou aquela frase, lá do começo da crônica. Um visionário? Não. Apenas alguém que constatou uma triste verdade.
E hoje, olhando para nosso sofrido planeta, posso dizer que o homem e a natureza não co-existem em harmonia, e alguém terá que prevalecer. O engraçado é saber que, destruindo a natureza, estamos destruindo a nós mesmos. Cabe, então, dizer que basta a natureza cruzar os braços, para deixar que o homem se destrua sozinho?
A ganância e o egoísmo são os maiores entraves para a evolução humana. E você? O que tem feito para melhor o mundo em que vive?
Marcio Rutes
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