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Num longo período da minha vida, as coisas aconteceram num padrão ameno, com cada acontecimento ao seu tempo, e acabei por desacostumar com as correrias do dia a dia. Por vezes, reclamava que a vida andava agitada e tal, mas, analisando sobriamente, creio que reclamava “de barriga cheia”. Resultado: acomodei-me e perdi um pouco o hábito de me organizar em situações de falta de tempo.
Quem nunca passou por algum período de acômodo intelectual ou profissional? Daqueles em que você precisa fazer algo, sabe como fazer, mas as idéias não aparecem ou, simplesmente, seu cérebro se recusa em trabalhar a seu favor? Escrever, por exemplo, sempre foi um prazer em minha vida, compor, discutir, criticar, aprender, ler, “destruir e reconstruir” sites da web (não estranhe, pois sou analista de usabilidade). E tudo isso ficou estagnado por um bom tempo, até que, do nada, aquela centelha que faltava se fez, e me vi dentro de um furacão.
Desengavetei um projeto antigo e as idéias fluíram, e o que era para ser um simples site para a web ganhou corpo, módulos, conteúdo e, do nada, se transformou num portal. O tempo escasseou e aquela ansiedade de ver o projeto tomar corpo se transformou em uma grande dor de cabeça. Nesse ponto, experiências antigas ajudaram muito, principalmente a que adquiri quando abri falência numa empresa que tive há alguns anos. Talvez, numa linguagem popular, aprendi nessa época que não se deve colocar “a carroça na frente dos bois”, e era justamente o que vinha acontecendo, pois vi que perderia o controle rapidamente com a grandiosidade do projeto atual e o número muito baixo de pessoas envolvidas. Parei tudo e brequei minha ansiedade. Nada de querer acelerar ou andar mais rápido do que o próprio tempo.
Já perdi ou vi projetos naufragarem por motivos diversos, mas a pior de todas as causas, sem dúvida, é algo chamado “organização e métodos”, ou, claro, a falta disso. Por vezes, uma simples e estapafúrdia idéia pode guardar algo muito precioso em seu meio, e para esse algo precioso aparecer, basta ter alguém que saiba tocar essa idéia adiante e de forma organizada. E não faço referência a nada complexo, pelo contrário. Desde a abertura de um pequeno e simples negócio, até a construção de um foguete espacial, tudo depende do nível de organização e qualificação de quem gerenciará esse projeto. Mas, também vale muito a perspicácia dessa pessoa. Porém, num simples lampejo de desorganização ou falta de concentração, tudo pode se perder.
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E se por um motivo ou outro o projeto não vingar, sempre haverá outra idéia. Mas, o que se deve, SEMPRE, é aprender com o infortúnio, seja seu ou de quem esteja perto. Nada supera essa experiência adquirida e que só o tempo nos traz. Errar, todos erram, entretanto, aprender com esse erro, nem todos conseguem.
Faça do tempo um aliado, deixe que ele trabalhe ao seu favor e lhe traga a experiência. Envelhecer, todos (ou quase todos) vamos, e querer brigar contra esse fato, é como mastigar pedra: você até pode, mas sua perda será extremamente maior do que seu ganho.
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