segunda-feira, 11 de setembro de 2023

DORINHA E UM CONTO DE NATAL - parte 3

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…continuação. 

 REVELAÇÕES



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 ―Seja menos dramático, gato! ―o homem pediu, sem alterar a calma.

―Menos dramático? Isso tudo foi culpa desse cão-sauro das cavernas. E dessa... dessa... dessa invasora de mundos mágicos! Vou comunicar a diretoria, os investidores e os patrocinadores de que o Natal vai ser cancelado e pronto!

―Cancelado? Como assim? ―Dorinha perguntou, um tanto assustada. ―E vocês do mundo mágico? Vão ficar sem Natal?

―Engana-se, menina arteira! ―o gato retrucou. ―O Papai Noel faz parte do mundo mágico sim, mas é o Natal do seu mundo, lá na Terra, que vai deixar de existir! Porque se o velho Noel não tiver ajuda lá na fábrica dele, não vai poder distribuir presentes no seu mundinho. E é tudo culpa sua!

Dorinha baixou a cabeça e entristeceu. Não conseguia entender como seus atos, que jamais tiveram a intenção de atrapalhar ninguém, puderam causar tantos transtornos. E agora, até o Natal corria o risco de não existir. Sem contar que aquele gato cheio de empáfia continuava em seu falatório, correndo por todos os cantos e fazendo com que todos achassem que ele próprio fora a vítima daquela situação trágica.

Luzia, a vendedora de fósforos, aproximou-se e abraçou a nova amiga, confortando-a. Jujubão, pressentindo que algo não ia bem, aninhou-se aos pés das meninas, mas foi Hans quem conseguiu pensar rapidamente em algo.

―Mocinha, até parece que você ainda não se deu conta dos poderes mágicos que possui! ―Hans falou mansamente, abaixando-se para enxugar as lágrimas da menina.

―Eu? Poderes mágicos? ―Dorinha falou, entre soluços. ―Tenho isso não, seu moço! Como disse o gato, sou apenas uma encrenqueira e que só causa problemas pra vocês!

―Você ainda não sabe quem sou eu, não é? ―Hans tornou a falar calmamente.

―Desculpa, mas não conheço o senhor. É alguém importante?

―Talvez eu seja sim, ou talvez não. Muitos não sabem quem eu sou, enquanto alguns outros conhecem um pouquinho das minhas criações.

―Criações? ―Dorinha e Luzia perguntaram juntas, arregalando um pouco os olhos.

―Sim, criações. Uma delas você conhece bem, a pequena vendedora de fósforos, que tão graciosamente você batizou de Luzia, e que está te abraçando agora. E talvez você também conheça a Polegarzinha, o Patinho Feio, o Soldadinho de Chumbo e a Pequena Sereia.

―Mas... mas... mas... então, o senhor é o Anderson? ―Dorinha arregalou ainda mais os olhos, agora nitidamente surpresa. ―Aquele que meu pai sempre fala que escreveu tanta coisa bonita?

―Mais ou menos. É quase isso! ―Hans abriu um grande sorriso ao reparar que Dorinha errara seu sobrenome. ―Hans Christian Andersen, aos seus serviços, senhorita.

Hans fez uma reverência em cumprimento, algo jamais visto por Dorinha, mas que encantou as duas meninas. Dorinha não sabia o que dizer, pois escutara tantas vezes seu pai falar do tal Andersen, e agora ele estava ali, diante dela. Já a vendedora de fósforos sentiu algo mágico fluir por todo seu corpo. Era como se encontrasse, pela primeira vez, seu próprio pai. E um sorriso largo aflorou na face cheia de lágrimas daquela menina.

―Por que estão chorando? Será que falei algo errado?

―É que não sabemos o que fazer, seu Hans! ―Dorinha balbuciou, enquanto Luzia apenas mantinha os olhos vidrados naquele homem. ―Esse gato estropiado não pára de falar, e tá me deixando maluquinha. Não quero ficar sem Natal. Nem quero ser a culpada pelo Papai Noel não poder fazer o trabalho dele!

―Mas, então, deseje que tudo se ajeite!

―Como assim, seu Hans? Não sei fazer isso! Não tenho esse poder!

―A força da imaginação de uma criança pode tudo, minha querida! ―Hans mantinha o tom de voz suave, e olhando sempre nos olhos das meninas. ―Fui muito pobre, e quem mais me incentivou foi meu pai, mas ele morreu cedo, quando eu tinha onze anos, que é mais ou menos a idade da nossa pequena vendedora de fósforos.

Luzia olhava e chorava, como se escutasse a própria história.

―Meu pai foi um simples sapateiro que adorava ler, e dele, me restaram em herança alguns pares de sapatos que foram gastando com o tempo, e um par de chinelos adultos. ―Hans continuou em sua narrativa, ainda falando mansamente. ―Minha mãe era lavadeira, e depois que meu pai morreu, ela quase não conseguia sustentar eu e meus irmãos. Certo dia, andando pela cidade, me roubaram um dos pés daquele par de chinelos, e para mim foi um duro golpe. Uma das poucas coisas que meu pai deixara. Quando cheguei em casa, estava muito frio, e minha mãe mandou-me acender o fogo. Foi então que, ao acender um fósforo, tenho certeza de que vi meu pai na chama que se fez.

―Que triste! ―Dorinha comentou, olhando fixamente para Hans.

Luzia já não sabia se escutava o que Hans falava ou se chorava, mas não se continha. E o homem, por sua vez, colocou-se de joelhos diante das duas. Ele baixou a cabeça, e quando ergueu-a novamente, deixou a mostra algumas lágrimas.

―E o que aconteceu, seu Hans? ―afoitas, as palavras saíram apressadas da boca de Dorinha.

―Aconteceu que... ―Hans fez uma pausa, tomou fôlego, e continuou. ―...aconteceu que, nessa hora, eu vi que por mais triste que eu pudesse me sentir naquele instante, meu pai estava lá, olhando por mim. E algum tempo depois, para nunca mais esquecer desse momento tão mágico, eu escrevi o conto da pequena vendedora de fósforos. Eu juro que não era para ser triste. Eu juro que não era essa a intenção. É um pedaço da minha vida. E sabe, minha querida, a vendedora de fósforos não tinha nome porque talvez fosse eu mesmo que estivesse ali. É um pedaço de mim mesmo que vive nessa menina que hoje você batizou tão belamente.

Luzia não conteve mais a emoção e deu um salto, abraçando–se ao pescoço de Hans. A emoção foi tanta, que não teve ser vivente naquele lugar que não se calou diante da cena. Até o gato, que naquela altura já falava até com as formigas para tentar justificar o não acontecimento do Natal, emudeceu.

O céu, rajado de nuvens cor de pêssego, escureceu, e um véu de estrelas foi surgindo e baixando para o mundo mágico. Pareciam pingentes, penduricalhos presos em varais encantados e que choviam alegria por todos os cantos.

Dorinha olhava para cima e sorria, enquanto Jujubão latia e saltava, como se tentasse abocanhar uma daquelas estrelas. Ao olhar novamente para Hans e Luzia, Dorinha tomou o maior susto. Ambos, abraçados, começavam a tornar-se uma só pessoa. Era como se estivessem revestidos por uma luz púrpura, que vertia de cada poro de seus corpos. Uma estrela, a maior de todas, aproximou-se e parou bem acima deles, iluminando tudo e pulsando como um sol que acabou de nascer. Aos poucos, a intensidade da luz diminuiu, até que tudo voltou ao normal. E diante de Dorinha, onde estavam Hans e Luzia, apareceu uma mulher alta e muito bela.

―O que aconteceu? Cadê o Hans?

A mulher mirou ternamente a menina. Seu olhar era um misto entre a curiosidade e carência da vendedora de fósforos e do ar polido, charmoso e educado de Hans. Assim, ela ficou por alguns instantes, até que se aproximou de Dorinha e beijou-lhe o rosto, apontando em seguida para cima, para onde uma luz dourada riscava o céu.

―Sempre que uma estrela desce, é porque uma alma está subindo para o céu¹.

―Eu não to entendendo. ―Dorinha olhava para aquela luz, mas pouco compreendia o que estava acontecendo. ―E quem é você? Cadê a Luzia? E o Hans?

―Hans está lá, cumprindo seu destino. Está subindo para o céu. ―A mulher falou ternamente, exatamente como Hans fazia, ao falar com Dorinha. ―E Luzia está aqui, diante de você. Sou eu, libertada pelo seu poder mágico, minha querida!

―Ah! Explica. Eu não to entendendo!

―Dorinha! É simples. Hans sempre se sentiu preso ao conto que ele próprio escreveu. Algo ficou pela metade. Quem sabe um bloqueio, ou medo de não ser entendido? Ele me criou para espantar esse medo. E ele jamais teve coragem de contar isso para alguém. Acabou preso aqui, e isso por conta dessa dívida que ele tinha com ele próprio. Ele precisava que alguém de coração puro entendesse esse desejo dele, de contar a todos o que ele próprio não conseguia. Então, foi preciso que alguém de bom coração, e apaixonada pela magia que existe em cada um, viesse aqui e fizesse isso por ele.

―Mas, e o que ele não conseguia contar a ninguém? E por que eu?

A Pequena Vendedora de Fósforos - image by Google
―Hans talvez tivesse medo de que o condenassem pela alma infantil que ele sempre teve. Ele jamais chorou, mesmo tendo vontade. Você foi a primeira a ver uma lágrima escorrer de seus olhos. Essa lágrima, a dele próprio, é que faltava ser contada. E por que você? Porque você foi escolhida pela vida para contar a todos o quanto é belo acreditar no impossível. Você foi a eleita para mostrar que tudo está ao alcance daqueles que não abandonam a si próprios. Você foi tocada pela estrela ao nascer. A mesma estrela que levou Hans para o céu que ele tanto acreditou e onde irá encontrar com o pai dele. Um dia, iremos para lá também. Mas temos nossas missões aqui. A minha é encantar as crianças e não deixar a magia dos sonhos morrer, e a sua...

―A minha? ―Dorinha arregalou ainda mais os olhos, fitando Luzia com muita empolgação. ―Diz, Luzia! Qual é minha missão?

―Minha querida! A sua missão é ser criança. Hans era exatamente como você. Ele foi uma eterna criança. E quando me criou, muitos achavam que ele estava ficando louco por acreditar em contos infantis. Ninguém sabia da necessidade que ele tinha em acreditar em tudo isso que está aqui, diante de você. Era o que mantinha ele em pé, a crença no mundo mágico. Aqui, Sacis e Fadas convivem com lobos e Pequenos Polegares. Sereias e Astronautas andam livremente por desertos se assim as pessoas quiserem. Tomates são do tamanho de melancias, enquanto estrelas cabem no seu bolso. E acredite, já não são muitas as crianças que andam por aqui, fazendo com que nós continuemos existindo.

Dorinha calou-se. Não entendia muito bem o que Luzia falava, mas talvez nem precisasse. Ela simplesmente acreditava na magia. Repentinamente, um grunhido de Jujubão chamou sua atenção, e ao olhar para o lado, viu uma infinidade de personagens de todos os contos que ela conhecia ali, sentados quietos e escutando o que Luzia falava. Cada um deles chorava silenciosamente, mas não deixavam que isso atrapalhasse o sorriso que carregavam em homenagem a Dorinha. E quem mais chorava e sorria era, justamente, o Gato de Cheshire.

―Sou somente um gato velho e quase desacreditado! ―comentou o gato, soluçando. ―E sou, realmente, o gato da Alice. Sou somente mais um que está aqui, precisando desse carinho que você sempre deu pra nós, menina!

―Não entendo mais nada! E o Natal? Eu não tinha estragado ele?

―Estragado? ―o gato perguntou, soltando uma risada um tanto cafajeste. ―Minha menina, que tolice! Essa foi minha melhor atuação! Pense em quantas pessoas nós tocamos com esse conto que encenamos agora? Quantas crianças, e adultos também, riram e se entristeceram com nossa atuação? Papai Noel é meu compadre, e já deve ter partido com os 3 porquinhos para distribuir os presentes.

―Mas... mas... mas...

Dorinha não conseguiu terminar o que começara a falar. Um brilho intenso tomou seu olhar, o que fez com que ela sentisse muito sono. Seu cachorro deitou a seus pés, e quando a menina se deu conta, estava em sua cama, com seu pai cantando alegremente na porta do quarto.

―Minha querida! É Natal! Você não vai abrir seus presentes que estão lá na árvore?

Ao levantar da cama, a menina causou certo espanto ao pai. Ela andava e, por onde pisava, deixava um rastro brilhante, que desaparecia rapidamente. Ela desceu aos pulos para o andar de baixo, e quando chegou onde estava a árvore de Natal, viu a mãe acendendo um fósforo, para completar a fileira de velas que rodeava o pequeno presépio que o pai montava a cada Natal. Da chama da vela, uma pequena estrela brotou e faiscou pelo ambiente, mas a mãe sequer deu atenção.

Jujubão latiu e pulou, como se tentasse pegar algo no ar, e o pai, que acabara de descer o último degrau da escada, pensou ter visto um vagalume, que acabou pousando justamente na estrela que estava no alto da árvore de Natal.

―Meu amor, os vagalumes ainda estão invadindo nossa casa!

Dorinha olhou para Jujubão e sorriu. Vagalume? Claro que sim. Seria um nome muito mais fácil para chamar aquele gato danado. Afinal, Cheshire era difícil demais para a menina pronunciar. Instantes depois, um par de olhos e um sorriso tomaram todo o ambiente, deixando tudo escuro. Sem entender nada, o pai e a mãe ficaram assustados quando viram alguns fósforos acesos descendo lentamente pelo ar.

Era um agradecimento, de Hans e Luzia, pela crença que aquelas pessoas insistiam em ter na magia que habita em cada um de nós.


Marcio Rutes

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nota:
¹ "Sempre que uma estrela desce, é porque uma alma está subindo para o céu.". ― frase extraída do conto original (A Pequena Vendedora de Fósforos), de Hans Christian Andersen.


Saiba mais:

Conto: A Pequena Vendedora de Fósforos – clique aqui 
Autor: Hans Christian Andersen – clique aqui

16 comentários:

  1. A magia tomou conta da minha sala e vejo rastros de luz , por aqui ... um conto fascinante a cada capítulo. O dialógo ente Hans ( que intimidade,hein), estão
    fabulosos e de muita singeleza , capaz dos emotivos deixar escapar uns olhos úmidos como da Luzia. Gostei de saber que também o autor entende da força da imaginação. Que bonito isso _ bastante bonito, Márcio.Adorei os diálogos.
    Nem sempre é preciso entender , é preciso acreditar.
    Não é à toa que tens o nome do meu filho .risos E lembrei de um poeta que disse que não tendo estrelas, acendem-se à noite palavras.
    Obrigada pelos 'fósforos acesos, descendo lentamente pelo ar' ...
    Que venha o seguinte ,mas calma, deixe-me respirar, voltar aqui ler de novo e de novo. E sabe que até esqueci do gato falastrão, Alice que o diga. rs
    Beijinhos e fica bem, cuide-se !

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    1. Oieeee. Oi, Lis.
      Minha querida, gratíssimo. E um miau agradecido do Cheshire. Não trate mal o gato da Alice, ele só estava interpretando o melhor papel dele. Chorou? Chorooooooou? Contaaaaaa. Saiu uma lagrimazinha desses belos olhos, eu sei!
      A Pequena Vendedora de Fósforos era uma dívida muito antiga que eu tinha, e a Dorinha me deu essa libertação. Você não tem ideia de o quanto esse último capítulo me emociona. Eu precisava dar um final feliz para essa menina, Luzia (batismo meu, não do Andersen, que ao contrario do meu conto, não tinha nada de cordial).
      Mas, eu fiz, e me orgulho, minha amiga, e tem mais um conto sim, já escrito e em dois capítulos. Dorinha invade o mundo de Alice, a própria. E pense. Classifiquei o texto para "impróprio para menores de 14 anos de idade.". rsrs.
      Cê tem certeza que vai fechar o blog justo agora?
      Minha querida amiga, esse conto foi escrito para 3 (4? é, acho que sim, e a quarta pessoa sabe exatamente que é ela!) pessoas. Uma foi você! Cadê as outraaaas?
      Bjs, minha querida.

      Marcio

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  2. Será mesmo que somente o Hans tinha alma infantil?!
    Você nos conduziu ao longo dessas três partes por diferentes emoções, assim como é a vida. Mas sabe, acho que tem nos faltado imaginação. A realidade anda muito dura, muito sólida. Essa possibilidade de imaginar aqui no teu conto, é um sopro de leveza.
    Ficou mesmo maravilhoso! Um abraço ana paula

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    1. Anaaa.... Oi!
      Tenho alma infantil, sempre tive. E hoje, aos 55 anos de idade, tento pesar o bom e o ruim disso. Teve muitos lados ruins, sim, mas os lados bons superaram! Se você tem alguém aqui, escrevendo, para você ler, é justo por caus dessa alma infantil. E eu adoro, amo ela.
      Faça como eu, minha amiga! Feche os olhos, e deixe a magia entrar, à qualquer hora. Ela vem, essa força, é só deixar.
      Você é uma de minhas leitoras mais espiritualizadas. Faça isso.
      To no meio da tarde, menina, e o serviço não espera! Fuuuuuui!!!!

      Marcio

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  3. Oi, Márcio, rss cheguei correndo, meio estropiada pelo caminho, eta semaninha braba! Vai ver que foi esse gato intrometido, doidão, e que tomou conta da história junto às meninas, me impediu de vir mais cedo,
    Lendo esse seu conto em e partes, pensei no meio da leitura, de quantas crianças não adorariam ver você contar essas suas histórias num teatro? Seria um Mundo Encantado, nome de uma enciclopédia que ganhei ainda criança. Você conta em detalhes o Mundo Encantado, ou Mágico. Ah...gostei do gato 'Vagalume'!
    Márcio, escrever pra criança é muito difícil, eu não conseguiria! Prender a atenção das crianças... uf! E por isso te parabenizo por essa história mágica e cheia de detalhes. Porém...fiquei fã foi do Jujubão - desde o início, quando o conheci.
    Um ótimo fim de semana,
    Bjus, descanse!

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    1. Minha querida Tais, você não faz ideia do que aconteceu agora!. É fim de tarde, umas cinco e meia, eu lendo seu comentário. Moro em uma casa baixa, com quintal, e ao ler, uma canarinha terra começou piar, e lego veio o canário, buscá-la. Foi lindo. Eles estavam aqui na minha lavanderia, me olhando e piando. Isso dá um conto.
      Escrever para crianças? Crianças não frequentam blogs, minha amiga. Escrevo para adultos. Adultos muito específicos. Adultos que guardam almas de criança no peito. Você é uma delas.
      Essa semana não compus nada. To triste e cansado, retalhado pela tragédia aí para o sul. Peito tá pesado. Me desculpa!
      Querida amiga, uma da 4 motivadoras desse conto da Dorinha, que o fim de semana, não só de vc, mas do RS, seja de paz e reconstrução. Abraços.

      Marcio

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    2. Ih...rss, me expressei errado, 😂 eu quis dizer escrever contos infantis, tanto para crianças lerem, (eu lia muito), quanto para os adultos voltarem a um feliz passado, cheio de ricas histórias que ouvimos muito. Não em blogs. Livros! Como eu lia!! Na "Feira do Livro", aqui em POA, muitas e muitas crianças vão comprar livros de histórias com suas professoras e coleguinhas ou com seus pais. Ou peças de teatro, adoram.
      Durante a Feira aparecem no Jornal da Noite, comprando livros.
      Até mais! 😊👍

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    3. Não se expressou errado não, Tais. Nem se preocupe. Gostei muito da ideia de pegar esses textos, não só da Dorinha, mas também as outras fábulas aqui dos blogs, não só minhas, mas de tantos outros e outras autores e autoras, e colocar no teatro. Nossas crianças andam muito "enlatadas", muito dentro dos computadores e celulares, muito pasteurizadas. Chego até a dizer que elas sequer têm opção, pois na ânsia do "ganhar tempo", os pais acabam por utilizar esses artifícios para distraí-las, e elas acabam viciando nesses meios.
      Eu brinquei na rua, me sujei com barro e me molhei com água de chuva, subi em árvores, tive cães e gatos, fiz meus próprios brinquedos, e mesmo apesar de ter tido uma infância dura, fui criança e me diverti. Hoje, dão um tablet para uma criança de 2 anos de idade, e isso vira a infância dela. Entendo as questões de segurança e tudo mais que envolve nossa sociedade, mas penso que tivemos mais chance de ser criança.
      Certa feita, comentei como nosso querido Sant'Anna (saudades dele) que tenho em mente um projeto para crianças (entre 10 e 15 anos de idade) com problemas de leitura e interpretação de textos. Faz um tempo, e eu me fiz de laboratório, que reparo que a dificuldade para ler e interpretar quase desaparece quando a pessoa é incentivada a escrever e compor. E nossas crianças são ensinadas a ler, mas pouco se incentiva a compor suas próprias histórias. Isso, claro, no ensino público, pois em algumas escolas particulares é um pouco diferente. Falei que fui meu próprio laboratório pois isso acontecia comigo, lia muito mal, mas a vontade de escreve me fez compor minhas próprias histórias, e com o tempo, tudo mudou. Mas isso é outra história.
      Tais, linda semana pra ti, menina.

      Marcio

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  4. Olá Márcio
    Voltei da minha segunda pausa! UFA!
    Estava com saudades já da blogosfera
    Tudo bem por aí? Espero que sim...
    Amei seu conto, fez eu viajar bastante.
    Abraços e bom domingo!

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    1. Oi, Ciça. Já não era sem tempo, não é?!?!
      Já liberou os comentários lá na tua casa? Já já passo lá.
      Linda semana pra ti, moça.

      Marcio

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  5. Olá, amigo Márcio,
    ao terminar esta bela história infantil, que foi dividida em 3 partes, pude acompanhar bem de perto a vida das duas meninas, do cachorro e desse gato medonho, com desfecho muito apropriado no meu sentir para esta belíssima história infantil.
    A Taís falou da dificuldade que ela teria se fosse escrever contos infantis, o que também acontece comigo, mas por falta de talento, e não por qualquer motivo contrário a esse gênero literário, pois sempre gostei de histórias infantis, mesmo depois de adulto. Daí, caro Márcio, minha admiração pelo seu talento em contar histórias para as crianças.
    Meus parabéns por esta terceira parte que veio dar maior brilho à integralidade do conto infantil.
    Uma ótima semana, amigo, muita paz.

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    1. Caro Pedro, preciso me desculpar pela ausência, mas o tempo, por aqui, virou matéria rara.
      Parece que o gato virou quase um protagonista, mas te juro, ele era apenas um figurante, mas esse traste tem vida própria, e isso já vem lá dos tempos da Alice. Ninguém controla ele... rsrs.
      Agora, me diz uma coisa, meu amigo.... você diz que não tem talento para escrever contos infantis? Será, Pedro? É a mesma coisa que eu falo sobre desenhar. Sou um desastre para o desenho, mas, quer saber? Eu tentei, e consegui desenhar. Faltava isso, tentar. Então, meu amigo, que tal tentar? rsrs...
      Meu amigo, grande abraço, e uma linda semana pra ti e pra Taís também.

      Marcio

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  6. Olá Márcio
    Que exagero, eu não bloqueei você não. Fechei os comentários pq precisava de uma pausa, senão eu ia ficar entrando pra ver comentários rsssss
    Olha, tbm senti falta da blogosfera.
    Aliás não consigo imaginar minha vida sem escrever na minha querida Literaturinha. Desde 2017 que tenho esse blog e escrever é meu prazer.
    Sobre as postagens que sumiram, eu tive que apagar sabe, por motivos pessoais, uma pensa que seu coment foi junto :(
    Mas é isso. Os comentários estão liberados de novo viu.
    Abraços

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  7. Puxa Márcio. A magia do Natal chegou no meu mês preferido, que é outubro, porque eu sei que neste, os enfeites de Natal começam a pipocar pelas lojas de departamentos. Já a decoração de Natal nas ruas só começa em dezembro mesmo, mas os anjinhos e as árvores de Natal piscantes nas lojas já antecipam esse universo mágico tão bem narrado em seu conto de Natal.
    Li a parte 1 e a parte 2 calmamente, intervalando as semanas, até finalmente chegar à parte 3, que é a melhor de todas, pois explicou tudo o que foi antecipado anteriormente. Você realmente tem um dom magnífico de contar histórias e trazer a magia de volta. As pessoas precisam ler contos belos assim para que o coração amoleça e se aqueça.É tão bonito sentir essa alegria, a força que uma boa história pode trazer pra dentro da gente. O coração fica repleto de esperança amigo. Muito obrigada!! É emocionante mesmo! E eu como fã do Jujubão, não poderia deixar de mencionar a atuação canina dele, que foi fantástica!! A protagonista nem se fala, ela é a estrela, o cerne ( mas ainda bem que ela não virou estrela ainda, porque tem uma longa missão a cumprir aqui na Terra). Obrigada por trazer de volta esse reino encantado amigo. Ahh e sem querer querendo perguntar , o Farofa realmente virou uma estrelinha? Quem sabe, entre um conto e outro ele voltou materialmente e está aninhado em seu lindo jardim de primavera? Eu nunca perco a esperança. Os gatinhos podem ficam perdidos por meses e reaparecer assim, do nada...
    Tenha um final de semana maravilhoso amigo e, mais uma vez OBRIGADA!!

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    1. Oi, Driiii.
      Demorei, mas cheguei para responder. Começando pelo Farofa, infelizmente eu não sei, minha querida amiga. Não posso ter certeza de nada. O que sei é que fiz de tudo para procurá-lo, e nada. E como a raça dele é comum por aqui, e os pares são extremamente semelhantes, então têm muitos parecidos com ele por aqui. Mas o Farofa tinha uma imponência que nenhum outro, por mais que muito parecido, tem. Conheço meu Farofa de longe. E não o vi mais. Torço pelo melhor, mas nem eu sei mais o que seria melhor!
      Já quanto a nossa Luzia, minha pequena vendedora de fósforos, só fiz justiça a ela. Nunca me conformei com a história original. Aquilo me dá um nó na garganta. O Andersen que me desculpe, mas não conseguiria deixar como estava. E até amansei com ele, pois ele jamais foi esse Lord todo polido que descrevi. rsrs.
      Minha amiga, mandei um coment lá no "Vivevdo..." e acho que não entrou, e como to trabalhando feito uma mula velha, o tempo anda escasso. Mas se não entrou, dou um jeitinho e recomento.
      Até mais, menina. Um abraço bem apertado, desde que não machuque nada de novo, e uma linda semana pra ti.

      Marcio

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    2. Grata pelo comentário lá no Vivendo Bem feliz Márcio, pois vi que você está muito atarefado, um novo emprego que exige demais de sua saúde física e principalmente mental. Eu já trabalhei na área de recrutamento de pessoal de um grande hospital e te digo que foi uma fase bem difícil da minha vida. É uma responsabilidade imensa!! Mas você vai fazer o seu melhor e tudo vai dar certo!!
      Abraços amigo, fica bem!!

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