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Pico do Marumbi - Paraná |
Subtítulo: AS MINA PAH!, E OS MANO PUM (?).
Por mais que o tempo passe e a memória enfraqueça, algumas coisas ficam registradas e, vez ou outra, florescem de tal forma, que é impossível não rir (ou chorar) com as lembranças.
Esta é uma história baseada em fatos ridiculamente verídicos.
O verão de 1997 corria com um sol escaldante, e um grupo de surfistas me convidou para participar de um acampamento na face oeste do pico Marumbi, na serra do mar paranaense. Era evidente o convite recheado de interesses. Eu, por mais que fosse mais velho e destoasse daqueles adolescentes, era o único que conhecia aquela trilha, assim como tinha todo o equipamento necessário, como barracas, lanternas, etc. Se não estou enganado, havia naquele grupo um sujeito bem parecido com o Xipan Zeca. Mas isso é outra história.
Convite aceito, ordens dadas e hierarquia estabelecida (por mais que seja um local bem conhecido, os perigos existem, e adolescentes sempre arranjam problemas nessas situações), e lá fomos nós. O trem demorou um pouco, e a subida do morro seria sob garoa. Quando saltamos do trem, notei que faltava uma mochila, justamente a que tinha todo o suprimento para os três dias de acampamento. E como aguentar quatro moleques esfomeados nesses dias? Por sorte, eu conhecia um velho armazém, pouco visitado e daqueles que ainda expõe carnes e salames às moscas. Fomos até lá e, enquanto eu me preocupava em comprar barras de cereal ou algo que alimentasse e não causasse volume, os quatro imbecis, digo, os meus quatro acompanhantes sumiram, e quando retornaram, traziam três enormes sacolas abarrotadas de comida enlatada. Tentei argumentar que não seria necessária toda aquela quantia, mas foi inútil. A discussão ficou acalorada, e para amenizar a questão, deixei-os ficar com a teimosia. Então, iniciamos a subida da trilha escorregadia. Eu, com minhas barras de cereais, água mineral e frutas cristalizadas, e eles, sofrendo e escorregando com aquelas sacolas inadequadas.
Já no alto, depois de muitas horas, armamos o acampamento e, do nada, apareceu um grupo de garotas. Eram seis no total. E começou o desastre. O que vi, a partir daquele ponto, foi negligência e falta de respeito com a natureza. Isso sem contar que pareciam felinos no cio, tal foi o assédio sobre as garotas. Ao fim de tudo, eu é que acabei por montar todo o acampamento para elas. Na boca da noite, já com a fogueira alta, os garotos resolveram comer algo. Naquela altura dos acontecimentos, cada um de meus acompanhantes já havia se “enroscado” com uma garota, e sobravam as outras duas, que por uma questão de opção sexual, não estavam disponíveis. E a fome apertou. Eu comia algumas frutas secas, quando um dos garotos me chamou para comer com eles. E ali, mais desrespeito aos conselhos de quem sabia um pouco mais da vida: aquela comida enlatada estava vencida. Salsichas, feijoada e repolho, tudo com um aspecto, digamos, esverdeado. E a voz da experiência precisou se calar. Mas eu já imaginava o que iria acontecer.
Lá pelas tantas da madrugada, fui olhar o perímetro do acampamento e verificar a fogueira, e quando me dei conta, os moleques não estavam em suas barracas. Mas não demorou para descobrir onde eles passaram a noite, ou, ao menos, tentaram passar.
Com o dia amanhecendo, aticei o fogo e preparei um café, e foi quando vi as maiores caras de decepção de minha vida. Uma a uma, as meninas rodearam o fogo, e me olhavam com puro ar de tristeza. Quando argumentei o que havia ocorrido, elas explicaram que, após pouco tempo de “festinha” com os garotos, eles simplesmente saíram correndo, sem explicações.
Como o tempo não estava bom, e ameaçava chuva forte, achei por bem descermos a trilha, e apurei as meninas, pois a experiência delas era menor. Ao procurar pelos garotos, encontrei-os num pequeno córrego, completamente pálidos. Naquele momento, e já imaginando o que havia ocorrido, fiquei em dúvida se aquilo era efeito da vergonha que haviam passado diante das meninas, ou era, simplesmente, efeito do alimento vencido.
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Para encurtar a história, durante a descida, eu e as meninas vinhamos cantando e apreciando a natureza, enquanto os moleques não largavam as moitas. O que eles faziam nessas moitas? Bom, cabe dizer que, a cada vez que um deles se apropriava de uma moita, o cheiro que levantava era de espantar até urubu. E ainda havia um agravante: o papel higiênico havia ficado na mochila com os suprimentos.
Pois é, como a molecada fala por aí, neste dia AS MINA PAH!, E OS MANO PUMMMM.
Marcio JR
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirAdorei!
Tadinhos...
Bjsss Marcio!
Mila
Hahahahahah.
ResponderExcluirManinho, que aventura essa hem?
Imagino lendo esse texto como deve ter sido a experiência para eles.
Deve ter ficado na memória até hoje. hehehe.
Passei para te deixar um beijo e saber de você.
Quero noticias viu? (Risos..)
Na verdade estou com saudades.
Beijo.
Maninha.
hehehe, só passando pela experiência desastrosa para esse povo mais jovem aprender!
ResponderExcluirabraços
Cada qual com seus próprios pesadelos particulares, em suma, quando a razão falta, a encrenca aparece! :)
ResponderExcluirGrande abraço!
rsrsrsrsrs
ResponderExcluirAs meninas são mais ligadas, né?
Passo para te convidar a conhecer minha ilustração lá no blog da Construtora de Palavras. Encontrei um comentário teu em um post da escrevedeira, que conta minhas aventuras, sobre meu crescimento e sexualidade, então...Adorarei te ver por lá!
Bjinho :)
O que é o poder de 'emburrecer' que a testosterona tem, né?
ResponderExcluirRi muito.
Beijo, Márcio.
Só uma coisa a dizer: que mico!!!! rsss. Tadinhos dos piás...
ResponderExcluirBeijocas!!!!
rsrsrsrsrrs que legal essa historia Marcio e fico imaginando o Xipan Zeca nessa dizendo: AVACAGAAAAAAAAA RSRSRSRSRS Adorei!
ResponderExcluirBeijossssssss
Ri muito agora, tio Márcio. Mas esse texto me fez lembrar do passeio que fizemos, de trem, de Curitiba a Morretes. Gostei de tudo, menos do (como é mesmo o nome?) "barreado". Comi por insistência de um amigo e acabei passando mal (mas não tão mal quanto seus adolescentes...rs)
ResponderExcluirBeijo procê. Sua terra é linda!
Eu rio muito dessas peripécias, Márcio. Mas rio de mim mesmo também. Na minha adolescência já aprontei muitas vezes esse tipo de coisa em acampamentos que fazíamos. Tinha uma vantagem (a do papel higiênico). Era sempre em cachoeiras ou rios e dava pra gente se lavar depois. Abração. paz e bem.
ResponderExcluirMarcio...
ResponderExcluirObrigado amigo por estar me seguindo lá no HELP.. É um grande prazer..
Respondendo sua pergunta.. Sabe tem horas que nem sei como consigo.. rss Mas pra mim é primordial esse entretenimento ou ocupação chamem assim ou assado, me faz um bem danado esse agito.
Vamos tentando fazer um de cada vez e de uma forma que flui bem no próprio andamento do dia a dia.. Acho que é este o segredo.
Amigo Marcio... Saiba de uma coisa, sempre que tiver alguma coisa da linha de seu trabalho que queira divulgar e ou direcionar ao meu publico leitor, sinta-se convidado para faze-lo em meu blog.. Sera um prazer postar algo seu por lá.
HELP DO TATTO
Um Grande Abraço
Tatto
Marcio..... kkkkkkkk
ResponderExcluirEu sabia!! Sempre tem nesses grupos um FÉLA parecido com o Macaco.... hehehehe "Galanteador, Forte, Xêroso e Munitinho".... bão!.. Mais isso é outra histórinha né!!
Cara!! mais se eu tivesse por lá meRmo cos Tistínus sorto... Eu fazia avuá pena cas minas drento das barracas... kkkkkkkkk
É a experiência é o que a idade nos trás o resto é só CAGÁDA meRmo... Atrás da MOITA.... rsrs
Abraços amigo ....
Tatto
Pois é, meu querido amigo, idade difícil a adolescência, realmente. A sensatez é automaticamente recusada em nome da rebeldia.... quando esta é consciente! não obstante o final pouco feliz para os mancebos, é uma crônica que porta a tua assinatura, gostosa de se ler.
ResponderExcluirNão sabia dos teus dotes de trilheiro, poeta. Realmente, como se diz por aqui onde moro, o teu arco, caro amigo, tem bem mais que uma corda!
Meus parabéns, Marcio, e continua com os cereais, sempre!
Um forte abraço, um bom dia prá ti.
André
Bom Dia
ResponderExcluirMarcio
É meio estranho vir aqui pra lhe dizer que tem um selo a sua espera no Fluid, mas é só pq realmente penso que ele tenha qualidade e expressão para meu universo particular( ainda que não tenha ali seu nome, na pag da frente) independente de como vc percebe o Fluidfic’art Ki
Sinta-se a vontade como a essência de uma brisa
Abraço afetuoso na intensidade desta Lua Crescente que surgi.
Ana Diniz.
Olá Adorei teu blog. Faça uma visitnha e seja mais um membro do nossso você é nosso convidado especial. http://poetarenatodouglas.blogspot.com/
ResponderExcluirAbraços! Renato Douglas
Marcio,
ResponderExcluirRi muito imaginando o mico dos meninos e a frustração das meninas.
Todos nós temos uma história de micos na adolescência e é muito gostoso quando recordamos.
Muito bem conduzida sua crônica, lendo e imaginando a paisagem.
Saudade d'ocê.
abraços.
Marcio,
ResponderExcluirNo meu post de hoje tem um presentinho p/ ti!!!
Beijitos
Vixi.. nem sei se a msg anterior foi, mas vamos de novo para garantir... rsss
ResponderExcluirNo meu post de hoje tem um presentinho procê! Passa lá...
Beijin
...traigo
ResponderExcluirsangre
de
la
tarde
herida
en
la
mano
y
una
vela
de
mi
corazón
para
invitarte
y
darte
este
alma
que
viene
para
compartir
contigo
tu
bello
blog
con
un
ramillete
de
oro
y
claveles
dentro...
desde mis
HORAS ROTAS
Y AULA DE PAZ
COMPARTIENDO ILUSION
MARCIO
CON saludos de la luna al
reflejarse en el mar de la
poesía...
ESPERO SEAN DE VUESTRO AGRADO EL POST POETIZADO DE MONOCULO NOMBRE DE LA ROSA, ALBATROS GLADIATOR, ACEBO CUMBRES BORRASCOSAS, ENEMIGO A LAS PUERTAS, CACHORRO, FANTASMA DE LA OPERA, BLADE RUUNER ,CHOCOLATE Y CREPUSCULO 1 Y2.
José
Ramón...
Mano,
ResponderExcluircada vez que leio esse texto não consigo parar de rir.
Escuta, mas tem adolescente ajuizado viu?hehehe.
Vim te deixar um beijo.
E saber como você está, depois me diz tá?
Beijo querido.
Maninha.
Oi Marcio,
ResponderExcluirQue aventura! Ta parecendo o titulo que eu dei la no meu livro imaginario: Vida de louco... Todo mundo quer um pouco!
Todo mundo tem historias alegres para contar e essa eu adorei!
Como eles nao te escutavam o melhor foi ficar calado, mas coitados, a surdez deles os fizeram sofrer, rsrs
Fiquei imaginando o fundo das calças deles toda borrada e voce tentando respirar o ar de toda aquela natureza e em vez o que vinha era um ar de arrepiar, rsrsrs!
Adoro ler o que escreve, pois é tao natural!
Beijos
Adorei teu espaço...
ResponderExcluirAi, ai, quando acontece isto dá uma maior melda...
ResponderExcluirFique com Deus, menino Marcio JR.
Um abraço.