quinta-feira, 22 de setembro de 2011

MANHÃ DE PRIMAVERA







Marota aquela mão,
Procurando loucuras logo cedo,
Atiçando a libido.
Insensatos lábios rosados,
Que me engolem de todas as formas,
Possíveis ou insanas,
Enquanto minha boca procura a tua.
Pele macia, na quentura da coberta,
Agora suada,
No calor, depois da madrugada,
Espalhando o cheiro da tez molhada.
O rumor do amor,
Burburinho inebriante,
Que ora vem da tua voz, em gemidos,
Ora cutuca o corpo, vindo de teus dedos,
Que deslizam suaves,
Riscando minhas costas,
Num perfeito mapa do paraíso.
A lareira, ainda acesa,
Ilumina o vinho, em taças viradas,
Deixando derramado ao lado,
O precioso líquido de nossas viagens,
Traçadas em palavras e atos de paixão,
Escritas pelo paladar do tesão.
Assim amanhecemos,
Brindando a manhã de primavera,
Com o rebento do ato belo,
Fazendo e refazendo amor,
Enciumando o sol,
E roubando-lhe o calor.






MARCIO JR