segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

VACAS, MÉDICOS, ESPORTISTAS, CIENTISTAS E ATORES

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Qual é a melhor profissão que existe? Ou então, qual é a que melhor remunera? Pois saibam que, por mais que se esforcem, ou não saberão me responder, ou se surpreenderão e se irritarão frente a minha resposta. E, mesmo diante de meu escasso tempo (peço perdão aos blogueiros amigos pela ausência) por estar demasiadamente atarefado, garanto que profissão de desenvolvedor web não é a melhor em nenhum sentido.

Aqueles que me acompanham dos meus tempos de Recanto das Letras, sabem que leio tudo, da literatura clássica ao papel de bala, e sabem também que muitas de minhas crônicas nascem na cadeira de minha dentista. Pois bem, a de hoje não foi diferente. Eis que, na saleta de espera, entre machos medrosos e tremendo, e mulheres trançando comentários sobre artistas e novelas, uma revista Veja (edição 2100 – 18/02/09) me atiça. E foi justamente ela que me chamou a atenção e respondeu meus questionamentos sobre profissões e remunerações. E a melhor profissão, por certo, é a de ator, mas não qualquer ator.

Médicos, engenheiros, cientistas, advogados, dentistas, psicólogos, etc., passam anos num banco de faculdade. Depois disso, ainda precisam, dependendo da profissão, montar consultórios ou escritórios e, como se não bastasse, se atualizar constantemente. O preço para se formar é astronômico, mesmo numa universidade pública, e o tempo de retorno é enorme. Alguns sequer conseguem o retorno. E repare que muitos dos que citei, lidam constantemente com o ser humano, e um mínimo erro pode ser catastrófico. É justo não serem bem remunerados?

Muito me irritava o fato de ver e saber sobre os salários astronômicos de esportistas que pessimamente sabem escrever o próprio nome. Não que eles não mereçam os salários, mas é notória a disparidade de tempo investido na formação desse profissional, do empenho que se deve ter e, principalmente, na diferença de responsabilidade que existe entre estes profissionais e os do parágrafo anterior.

Não obstante, a melhor e mais rentável profissão passa longe dos esportes, ao menos pelo meu ponto de vista. Atuar na televisão, como ator ou atriz, é muito melhor. Mas, para ser um artista de ponta, o tempo e o investimento também são altos, e ainda há que se levar em conta o fator “talento”. Cursos específicos são necessários, e jamais se começa por cima. Atores podem levar décadas para obter reconhecimento. Mas, afinal, por que cargas d’água eu afirmo aqui que a melhor e mais rentável profissão é a de ator?

Pasme com a resposta. Segundo a revista Veja, a vaca (vaca mesmo, não estou brincando) que atuou na novela CAMINHO DAS ÍNDIAS, (Rede Globo – 2009), e que aparecia normalmente contracenando com Opash (Tony Ramos), faturava, por dia, um cachê de R$ 700,00 . Não, você não se perdeu na leitura. Este era o cachê diário da brasileiríssima vaca Emília. Além disso tudo, ela tinha acomodações vip, alimentação balanceada e todos os mimos dados aos grandes artistas. Se multiplicarmos por 22 dias, que seria o mês normal de trabalho da maioria das pessoas, esse belo pedaço de alcatra ambulante faturava R$ 15.400,00 . Imagino que as falas dela eram complicadas para decorar, e as cenas, sabe-se lá, eram dificílimas para interpretar. Além do quê, a agenda dessa “atriz” era concorrida. Quanto ganhava, por mês, o veterinário que tratava dela, e que gastou tempo e dinheiro para se formar? Não me recordo, no entanto, do grau de instrução da vaca.

Image by Revista Veja
O fato é que, além de perplexo, fiquei curioso e fui pesquisar sobre outro super-astro bovino. O Touro Bandido. Este célebre “ator”, que interpretou ele próprio na novela AMÉRICA, também da Rede Globo, percebia a inacreditável quantia de R$ 40.000,00 por apresentação. Há muita controvérsia sobre seu cachê diário na Rede Globo, na época da novela, mas, levando-se em conta que uma apresentação em rodeio ou em qualquer outro lugar, era de um dia, suas aparições não devem ter ficado com cachê diário muito inferior a este valor. Quer mais? Tinha tratamento vip 24 horas por dia, com dieta balanceada e água mineral. A natação era obrigatória e, duas vezes por semana, seu casco era afinado com lixa especial e tratado com iodo. Isso tudo, obviamente, sem contar as bajulações que todo astro recebe. Para o transporte do quadrúpede empolado, seu dono adquirira, na época, uma carreta especial de 14 metros de comprimento, totalmente decorada interna e externamente, com suspensão a ar, e o assoalho era recoberto com feno, numa tentativa de proteger os cascos. O valor desse veículo? R$ 1.000.000,00 .

Pense rápido, ou não, e me responda. A profissão de “vaca atriz” ou “boi ator”, é ou não a melhor e mais rentável que existe? Falando nisso, você está contente com seu salário?

Para saber mais:
Marcio JR

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A MULHER PERFEITA

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Em outra época, os pais educavam os filhos homens para serem os provedores do lar. Normalmente, se formavam broncos, machistas, e pouco ligavam se tratavam ou não uma mulher com delicadeza. Grande número desses homens nunca aprendeu a respeitar uma mulher, principalmente aquela que ele mantinha dentro de casa, a esposa, que vivia quase que num cárcere. Mas, o tempo passou, e hoje, a maioria dos filhos sequer mantém contato com o pai. Alguns nem têm idéia de quem ele seja. A modernidade também alterou e aumentou um pouco a capacidade do homem em se mostrar sensível, e os machões de outrora, já admitem muita coisa que antes seria verdadeira heresia, como chorar ou se apaixonar, por exemplo.

No entanto, mesmo que a educação dessa época passada fosse severamente direcionada para um lado chauvinista, Carlos Eduardo, o Dudú, cresceu num ambiente mais aberto. Filho de músicos, sempre teve um contato estreito com as artes e letras. Sua situação financeira não dava para gastanças exageradas, mas, depois de formado, conseguiu manter uma condição social relativamente boa. Sua aparência era a de um atleta, coisa de genética, pois jamais praticou nada além de caminhadas, e as garotas viviam suspirando por ele e por seus cabelos aloirados. Ele, mesmo com esse assédio, não passava das paqueras. Quando argumentado se não pretendia casar, sempre repetia:

--Estou esperando a mulher perfeita, minha alma gêmea, a outra metade da minha laranja.

E assim, o tempo passava. Boatos sobre sua condição sexual eram constantes, e não era incomum alguém afrontá-lo e tratá-lo de pederasta (o termo era comum no começo dos anos 80), o que o deixava fulo, mas, mesmo assim, ele se controlava e continuava em sua busca. Um dia, ela apareceria, sua mulher perfeita.

Certa vez, encontrou alguém que pensou ser sua iminente pretendente. Morena, alta, belíssima e culta. Não havia homem que não desatinasse por aquela mulher, principalmente por ela ser de família de posses, e muitas. Mas, para desespero geral, ela era apaixonada pelo Dudú, e eles noivaram. Algum tempo depois, a bela morena foi encontrada aos prantos na praça da igreja, e espalhava aos quatro ventos que o noivo a havia abandonado. Não contente, contou a todos o motivo da separação: ela não era uma tampa (a tampa da panela dele). E foi além, relatando que, no alto de seus vinte e cinco anos, ainda era pura, e o Dudú sequer se interessou pela questão. O falatório foi geral, e o Dudú precisou mudar de cidade. Foi de São Paulo para o Rio de Janeiro morar e trabalhar.

A cidade mudou, mas o assédio não. As mulheres sobravam aos borbotões, e ele as tinha a sua bel vontade. Mas, e quem disse que ele ligava? Ele queria uma em especial, a mulher perfeita. E assim, chegamos à virada do milênio, e o Dudu, aos seus cinquenta anos de idade. Sua condição financeira melhorou, mas o aspecto físico e os cabelos decaíram e caíram. As mulheres já não se interessavam tanto, mas ele não ligava. Ainda esperava aquela que o completaria.

E foi que, numa tarde de chuva, ele correu para se esconder numa confeitaria e a viu. Era ela, e ele sabia, pois um estrondo tomou conta de seu cérebro. Seu corpo tremeu todo, e o suor correu em bicas, parecendo acompanhar o retumbar do coração.

Mas, por que ela? Não tinha nenhum atrativo especial, era baixinha, cheia de sardas, cabelo desgrenhado, o comportamento não era lá dos melhores e, além do que, muito mais jovem. Mas, era ela, e ele tinha certeza disso, mesmo sendo totalmente diferente de tudo o que idealizou no transcorrer dos anos. Pensou, olhou, analisou e achou um problema. Encontrá-la ele já havia feito, mas como se aproximar?

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Durante um mês, ele a seguiu, cercou, tentou se aproximar, até que conseguiu. Descobriu seu nome: Diana. E desmoronou de vez, apaixonado. Fez de tudo, desde as flores, presentes, convites para passeio, propostas de namoro, propostas menos descentes, e nada. Até que um dia, já cansado de esperar, resolveu abrir o jogo e se declarar apaixonado e querendo casar. O que ele ouviu dela?

--Sai prá lá, tio. O que eu quero com um cinquentão? Além do quê, estou atrás do homem perfeito, minha alma gêmea, a tampa da minha panela, e definitivamente, esse homem não é você.

Marcio JR

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

VER E VIVER

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Da flor
O frescor,
Do amor
O calor,
Do beija-flor
O zumbido,
Do cupido
Seu lampejo caído.

Do frio
O orvalho,
Da noite
O bocejo,
Do mar
A onda a versejar,
Da chuva
A semente a brotar.

Da criança
O sorriso,
Da balança
O friozinho na barriga,
Do beijo
O gemido,
Do olhar
O riso contido.

E em cada manhã,
Uma palavra
Sempre em agradecimento.

MARCIO JR

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

TEM QUE TER MUITA PACIÊNCIA PARA SER LADRÃO NO BRASIL

video by YouTube



Para quem ainda não viu, vale a pena conferir o conteúdo do vídeo acima.

Na manhã desta terça-feira, 11/01/11, em São Paulo, um ladrão de cabos de cobre executava de forma tranquila e honesta seus trabalhos de subtração de matéria-prima (fios de cobre da rede elétrica da ponte da Freguesia do Ó), quando uma equipe de jornalismo da TV Globo, inadvertidamente, começou a perturbá-lo, filmando-o.

Que absurdo é esse? A que ponto chega a petulância dos jornalistas neste país? Atrapalhar um pobre ladrão de cobre, que se obriga a sair em plena chuva para suprir sua cota diária de esforço, é revoltante.

Pense bem, esse cidadão esforçado poderia estar traficando, matando, mas não, está “apenas” roubando uns cabinhos de energia, e que só deixarão a ponte às escuras. E, além disso, o povo está aí, para pagar os baixos impostos que são aplicados neste nosso Brasil, e que servem justamente para isso, repor esses pequenos gastos causados por ladrões que suam a camisa nesses causídicos atos no melhor estilo Robin Hood às avessas (neste caso, tira do povo para dar a ele mesmo, claro). E a equipe de jornalismo ficou lá, perturbando o coitado.

Ao reparar que estava sendo filmado, o ladrão ainda deixou bem claro, para quem quisesse ouvir, que ele não rouba pai de família. E nada mais justo, exigiu 20% do valor do vídeo em razão de seus direitos de imagem.

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Ironias e sarcasmo à parte, as cerquilhas acima representam o que estou pensando neste exato momento, e não é boa coisa. Os palavrões que me vieram à boca são os piores possíveis e impublicáveis, e sequer tenho como definir o que o vídeo mostra. Cara-de-pau? Muito mais do que isso. Eu diria que isso tudo tem um nome:
IMPUNIDADE.

E o que deveria ser feito deste salafrário em questão? Ou melhor dizendo, o que a Justiça fará, mediante tais imagens?

Encerro por aqui, ou então, perderei por completo a compostura.

Como me sinto neste momento? ENOJADO.


Saiba mais: JORNAL HOJE
MARCIO JR

domingo, 9 de janeiro de 2011

TÉCNICA PARA EMAGRECIMENTO RÁPIDO CAUSA DESASTRE ECOLÓGICO

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A personagem em destaque logo abaixo é PAULA LEITE, 23 anos, estudante e participante selecionada para o Big Brother Brasil 11.

É absolutamente normal alguém pegar uma imagem e tratá-la (melhorá-la) utilizando um dos muitos programas para edição de imagens que existem. O mais conhecido é o Photoshop, e sou testemunha dos “milagres” que várias pessoas são capazes de fazer com este programa.

Porém, quando se conhece pouco os recursos que o programa oferece, ou não se tem muita habilidade para operá-lo, seria melhor recorrer a alguém que saiba o que está fazendo, ou algumas gafes podem acontecer.

Mas, se mesmo assim alguém insistir em dizer que nesta imagem abaixo não existe edição, então sou obrigado a afirmar que uma tsunami estava se formando bem atrás da moçoila. Emagrecer utilizando editores de imagens, até vai, mas seria bom deixar a natureza “intacta”.

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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

FÉRIAS (E ALGUMAS MENTIRAS DE PESCADOR)

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Mesmo em férias, não posso deixar de relatar um feito que eu e dois amigos conseguimos numa pescaria. Peço desculpas também pela ausência nos blogs parceiros, mas logo retorno ao meu rítmo normal.
Um grande abraço a todos.


Uma das coisas mais difíceis de fazer é você tentar acreditar nos exageros que os pescadores utilizam ao comentar as “façanhas” que realizam.

Janeiro é sinônimo de férias, mas sem pescaria, é como se faltasse alguma coisa para ficar completo. Foi então que, no dia dois de janeiro, recebi um convite irrecusável. Pescar numa das chácaras mais belas e disputadas da região metropolitana de Curitiba. Seu Vitório e Dona Nena, descendentes de italianos, são conhecidos pela famosa polenta com marreco, e atraem turistas de todos os cantos. O vinho, feito artesanalmente, é uma perdição, e o trato acolhedor faz qualquer um ter vontade de não sair mais do lugar. Para completar a tela, um rio ladeia toda a propriedade, o que a transforma praticamente numa ilha, e os peixes representam a fartura do lugar.

Equipamento de pesca no carro, repelente e protetor solar na mochila, e começaram os exageros. Meus companheiros de pesca, um farmacêutico e um construtor, são pessoas acima de qualquer suspeita em seus respectivos campos profissionais, mas quando se trata de peixe, a coisa é bem diferente. Eles juraram de pés juntos que já tinham conseguido a façanha de pescar, nesse mesmo lugar descrito acima, mas de 300 lambaris em menos de 15 minutos. Não contentes com a mentira inicial, ainda aumentaram, dizendo que cada um deles havia pescado essa cota de 300. Duvidei, e pedi alguma prova disso, e foi onde a mentira ficou insustentável. Os peixes, num passe de mágica, desapareciam do samburá, o que impedia que a pescaria fosse comprovada.

A cara-de-pau dos dois foi tão grande, que o farmacêutico, descendente de japoneses, sorriu e soltou a seguinte pérola: “sei não, mas acho que os lambaris foram abduzidos por algum extraterrestre”.

Para encurtar a história e as mentiras que tive que engolir pelo percurso, chegamos à chácara e fomos quase imediatamente para a pescaria. Iscas prontas, anzóis na água, e uma constatação. A mentira não era tão exagerada assim. A quantidade de peixes era tão grande, que abandonei dois dos caniços que tinha armado e fiquei apenas com um, pois era impossível atender aos três, tamanha era a quantidade de peixes. Logicamente, aquele número de “300 peixes em 15 minutos” era um exagero, mas eu já estava quase perdoando as mentiras daqueles dois. Não demorou muito, e veio a segunda constatação. O sumiço dos peixes também era verdadeiro.

Do nada, meu samburá, que já estava com uns 35 ou 40 peixes, esvaziou. Furado talvez, ou quem sabe a malha era muito graúda e os peixes passavam através dela? Àquela altura, já não existia mais mentira, mas sim a minha irritação pelo fato de perder todos aqueles peixes. Foi quando algo me chamou a atenção. Um pouco mais adiante, entre algumas moitas, o capim se mexia freneticamente, e alguns barulhos começaram a se tornar mais intensos. Fui até lá e, meio de longe, tive uma grata surpresa. Um casal de lontras, com três filhotes, fazia a farra com meus peixes. Elas eram tão acostumadas com os pescadores, que nem ligaram para minha presença, e quando acabavam de comer o que tinham carregado para os filhotes, iam até o samburá e, com exímia habilidade, saíam com mais uma bocada de lambaris. Mas, se eu conto essa história para alguém, iriam me chamar de pescador mentiroso, e foi quando a maravilha da tecnologia moderna me salvou. A câmera do celular. Foram 10 minutos da mais bela filmagem, e a prova definitiva de que os pescadores podem até aumentar, mas não mentem.

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Só vai demorar um pouco para que eu possa colocar as imagens do vídeo aqui no blog. No meio da euforia entre a pescaria e as lontras, uma nuvem de mosquitos enormes nos atacou e me descuidei com o celular. Quando me dei conta, os mosquitos haviam levado com eles o meu celular. Uma pena. Mas dou minha palavra de que não tem exagero nessa história.


Marcio JR


quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

NO BALANÇO DO TEMPO

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Em 2007, alguém me mostrou o quanto é importante dar mais valor às pessoas e menos ao tão famigerado "tempo". A pedido de uma grande amiga, reedito este texto, lançado originalmente com o nome de "O TEMPO".

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Existe algo na vida que é muito complicado de se fazer: viver.

Viver exige sacrifícios que, muitas vezes, não estamos dispostos a fazer. Compartilhar é uma delas. O egoísmo, se não cuidamos, toma conta de nossa existência, fazendo de nossas vidas algo fútil, que é viver para si próprio. As coisas mais simples, quando não sabemos compartilhar, passam a ser vistas como um meio material de se ter mais, sempre mais. Mas o compartilhamento não é restrito aos objetos ou artefatos, mas também aos sentimentos. Tornamo-nos egoístas por sequer dedicar o mínimo tempo para ouvir o que alguém tem para nos dizer, por não nos preocuparmos com o que alguém possa estar pensando ou se esse alguém tem algum problema. Parar para escutar outras pessoas nos toma tempo, e esse tempo é necessário para ganhar mais tempo. E assim vivemos, perdendo tempo para ganhar tempo.

O tempo, quem sabe, seja o maior vilão, induzindo o ser humano à ilusão de que, quanto mais tempo ele obtiver ignorando os outros, melhor ele viverá. Ledo engano. Quanto mais nos preocupamos com o tempo, menos tempo nos restará para simplesmente viver. E afirmo, a vida é curta e cruel. Se não aproveitarmos agora, amanhã não dará tempo para isso, pois o amanhã pode não existir.

Seria tão mais simples se as pessoas, ao invés de correrem desesperadas e sem olhar para o lado, simplesmente sorrissem e cumprimentassem alguém, por mais que fosse um desconhecido. Então, você perguntará: “Mas o que eu ganharia com isso, sorrindo para alguém, um desconhecido?”. E eu responderei: “Talvez nada, ou quem sabe a satisfação de ter, unicamente, sorrido e sido simpático para alguém que estivesse precisando do sorriso de outro alguém, um mero desconhecido, para melhorar seu dia”. Você estaria compartilhando alegria e simpatia e, mais, estaria começando a ser menos egoísta. Pode parecer engraçado, mas um simples sorriso pode mudar a vida de alguém, principalmente a de quem sorri.

As coisas mais belas e que nos dão mais satisfação estão nas coisas mais simples e singelas. Não precisamos de nada sofisticado e dispendioso para nos sentirmos melhores do que somos, pois somos todos iguais. Todos necessitamos de carinho, afeto, compreensão e, principalmente, da dedicação de outras pessoas. Não nascemos para vivermos sós ou isolados. O ruim é que, na maioria das vezes, demoramos para perceber isso.

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Tente sorrir mais, ser gentil, falar “eu te amo” para a pessoa amada ou, melhor, tente amar alguém. E então, você verá que o tempo passará a ser irrelevante. Tente fazer alguém mais feliz, e também verá que se sentirá mais feliz. Olhe diretamente nos olhos de alguém, mas não com o intuito de menosprezar, e sim, de compreender a mensagem que aquele outro par de olhos quer lhe dizer. Perdoe mais, o ódio deixa a alma amarga. Mas, principalmente, se entregue mais à vida, e só assim, você verá o quanto de tempo perdeu vivendo de forma errada.


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Carregue contigo a verdade dos teus sentimentos. É a única verdade terrena de que você precisa. Mas nunca brinque com o sentimentos dos outros, ou a tua verdade passa a ser uma grande mentira.

MARCIO JR

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

NÃO É PRECISO UMA VERDADE NOVA

vídeo by YouTube


Olhar no espelho e ver apenas um mero mortal, que depende de muitos fatores favoráveis para viver de forma plena e satisfatória. É isso o que você vê quando se olha no espelho, ou ainda enxerga o que a sua vaidade e egoísmo querem mostrar?

Algumas pessoas, muitas delas ou até mesmo a grande maioria, têm o péssimo hábito de medir os outros por si próprios. É neste momento em que nascem os mais abjetos padrões de beleza, cultura e comportamento. E tudo tende, desse momento em diante, a ser medido por uma linha invisível que a pessoa traçou, e somente será bom aquilo que estiver da linha para cima. O que estiver abaixo, ou for diferente, não presta e passa a ser espezinhado.

Não raro, a mesma pessoa que pratica este ato descrito acima, acaba sofrendo do mesmo mal que ela emprega contra seus pares. Sempre existirá alguém superior a ela, e que irá fazer o mesmo. E deste círculo vicioso, nasce algo muito ruim, chamado preconceito.

Por alguns instantes, pare e pense. Será que você nunca rotulou ou taxou alguém de forma pejorativa, somente por esta pessoa ter uma crença diferente, ou ser homossexual, ou então deter um padrão de cultura inferior ao seu? Quem sabe por ser de uma raça ou cor diferente da sua, ou ter algum defeito físico? Ou ainda por se vestir de maneira não casual? Tem também as questões de ideologia, nível social, e tantas outras, que seria impossível enumerar.

Vivemos numa busca constante, a de nos tornarmos seres melhores. Criamos tantos padrões, tantas particularidades, exigências, regras, etc, que em dado momento, nos perdemos em tudo isso. Inventamos verdades novas para correr atrás, mas esquecemos que a única verdade de que precisamos, já existe. Ela nos foi deixada como ensinamento faz muito tempo, e em muitas vezes, acaba sendo esquecida.

Que verdade é essa?

Dentro de nossas diferenças, todos somos iguais. Somos humanos, feitos de carne, osso e sangue. Temos força e inteligência, mas somos carentes e fracos em vários pontos. E não nascemos para viver de forma isolada. Digo mais. Caminhamos todos para um único destino, o de buscar um conforto maior, que o próprio ser humano não pode proporcionar. Mas, para atingir esse conforto, o espelho não poderá mostrar o que a vaidade e o egoísmo querem ver.

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Só há uma verdade a ser seguida, e ela é intransigente. Somos iguais e pronto, quer queiram ou não. Então, para aqueles que gostam de apregoar preceitos machistas, feministas, homofóbicos, xenofobistas, racistas, e qualquer outro que traga preconceito, vai um aviso. Ter fé e crer em Deus como um ser supremo, é estar isento de intolerâncias, sejam elas quais forem.

Quando olho no espelho, ainda vejo traços que não me agradam, e tento melhorar a cada dia. E você, o que vê quando se olha no espelho?

Marcio JR